AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 4 de outubro de 2011

POUPAR NO PRESENTE, PODE SER PERDER O FUTURO

Creio que nenhum de nós, que conheça ou esteja minimamente atento ao funcionamento da administração pública nas suas mais variadas dimensões e áreas, duvida de que existe um volume significativo de desperdício e de ineficácia, quer ao nível da gestão e funcionamento, quer ao nível dos recursos mobilizados, humanos e materiais. Também no universo da educação se verifica esta situação.
Neste cenário, independentemente da conjuntura particularmente difícil em termos económicos e financeiros que atravessamos, é razoável e necessário um esforço de combate e contenção relativos ao desperdício e à ineficácia.
No entanto e pensando no caso particular do sistema educativo, este esforço não pode colocar em causa a qualidade e os apoios necessários ao trabalho bem sucedido dos alunos, dos professores, dos técnicos e funcionários, enfim, como se costuma dizer, da escola.
O ano lectivo que agora se iniciou ficou marcado por inúmeras dificuldades, boa parte derivada das implicações nos cortes orçamentais, caso da falta de professores e funcionários bem como atrasos no fornecimento dos manuais e materiais escolares. Como o povo costuma dizer o que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, numa outra versão, de pequenino é que se torce o pepino (destino).
Ao que relata o Público, o Ministro Nuno Crato terá anunciado num encontro com a imprensa estrangeira que o Ministério da Educação terá o seu orçamento para 2012 reduzido em mais de 600 milhões de euros. Parece-me preocupante.
A educação, traduzida na qualificação bem sucedida dos alunos, é o garante do futuro. Nesta perspectiva, que apesar de ser um lugar-comum é obviamente verdadeira, não podemos correr o risco de, ao combater em termos contabilísticos uma situação aflitiva imediata, hipotecar de forma indesculpável o desenvolvimento e a qualidade educativa do trabalho com as gerações em formação.
O futuro custar-nos-á muito mais caro do que o presente e o Ministro é especialista em contas. Não teremos novas oportunidades, as que conhecemos levantam dúvidas sérias.

3 comentários:

  1. Tem toda a razão...

    Há trinta e sete anos que existe um rasto de extravagância, desonestidade e desperdício que segue os consecutivos governos por todo o País, como baba atrás de um caracol.

    Na área da educação nada percebo além de ter gerido o percurso escolar dos meus filhos e não tenho por hábito opinar sobre o que não domino.

    No entanto penso que um corte de tal dimensão no orçamento da educação vai deixar marcas no bom funcionamento dos estabelecimentos escolares.

    Tem sido o cunho de todos os governos resolver os problemas presentes mesmo empenhando o futuro.

    Este não vai fugir à regra...


    saudações

    ResponderEliminar
  2. Na verdade tem uma vantagem, já não estranhamos, apenas sofremos

    ResponderEliminar
  3. Permita-me uma adenda...

    A sorte dos políticos é que o povo é pobre e aceita qualquer coisa, são tão económicos como o manter um porco.

    A equidade social é uma miragem.

    Resta-nos viver na ilusão e ficar á espera de um milagre. Os católicos, claro!

    Eu não!!!


    saudações

    ResponderEliminar