Apesar de não ser muito facilmente surpreendido com os comportamentos das pessoas ainda surgem, de quando em vez, episódios que me deixam perplexo.
Em Vila Nova de Gaia um pai, ao que parece com formação de nível superior, terá descoberto que o seu filho com 15 anos é homossexual. Uma vez descoberto este "crime" o pai, de madrugada, dirigiu-se a uma esquadra da PSP, acompanhado do miúdo, emocionalmente desfeito, e entregou-o aos cuidados da polícia que procurou posteriormente uma instituição de acolhimento.
Sabemos todos como as discussões em torno das questões da orientação sexual e das implicações sociais são crispadas pela contaminação que sofrem advinda do quadro de valores dominantes ou dos intervenientes, veja-se as questões sobre o casamento gay ou a adopção de crianças por casais de homossexuais. No entanto, apesar da enorme latitude de discursos que se produzem neste universo, parece no mínimo estranha e indefensável uma atitude deste tipo advinda do pai e dirigida a um adolescente.
Este episódio elucidativo e certamente com um efeito potencialmente pesadíssimo para o miúdo recordou-me que em Fevereiro deste ano dois serviços do Ministério da Educação recusaram apoiar a distribuição pelas escolas de material produzido no âmbito do Programa Inclusão apoiado e financiado pela Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género. Estes materiais destinavam-se a apoiar uma campanha de combate a atitudes e comportamentos discriminatórios relativamente à orientação sexual.
A justificação, para que a Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular e o Núcleo de Educação para a Saúde, Acção Social e Apoios Educativos recusasse o apoio a uma iniciativa que conta com o apoio de outra estrutura pública, foi o "cariz ideológico" das matérias.
Para além da óbvia confusão entre ideologia e valores, ficou estranho como é que a prevenção e combate à atitudes de discriminação face a minorias se possa recusar por se tratar de ideologia. Pela mesma ordem de razões não deveriam ser incentivadas e muito menos apoiadas pelo Ministério, acções que, por exemplo, combatam a xenofobia ou o racismo, terão certamente um "cariz ideológico".
Muito provavelmente, é, também, por questões desta natureza que o engenheiro, pai de um miúdo de 15 anos que supõe ser gay, o entrega na esquadra da polícia para que o "encaminhem", "prendam" ou "curem".
Boas!
ResponderEliminarDesde já, eu soube dessa notícia e até pensei que o rapaz, sendo menor, tivesse 16 ou 17 anos uma vez que sai à noite, coisa que eu acho que não se deve fazer antes dos 16 anos! E depois tendo o miudo menos de 16 anos, não pode ser preso!
E depois esse senhor é um engenheiro, com curso superior, mas um autêntico grunho e labrego de merda!
E ainda esse senhor que calculo que seja um homem relativamente novo e não um senhor de uma certa idade, uma vez que é pai de um puto de 15 anos, e com formação superior, esse senhor deve ter mentalidade de homem das cavernas e é ignorante!
Eu questiono-me: Qual é o problema desse homem? É o de o filho não lhe vir a dar netos? Por amor de Deus, os pais devem dar educação e exercer a sua autoridade, mas não podem moldar os filhos à sua maneira! Eu por exemplo sou heterossexual mas não tenho como planos de vida casar e ter filhos, não posso dizer que desta água nunca beberei, mas espero que se um dia arranjar uma companheira pra vida e tiver filhos seja depois de eu ter vivido muita coisa e já ter uma grande bagagem de vida. Agora, regressando à vaca fria, os pais não podem mandar na identidade sexual dos filhos!
E depois há muitos homossexuais que são homens sérios e decentes!