AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

PEDIDO PÚBLICO AO PRIMEIRO-MINISTRO E AO MINISTRO DA EDUCAÇÃO

Peço imensa desculpa de me dirigir a Vossas Excelências e sobretudo pelo motivo que me leva a fazê-lo e que me incomoda particularmente em termos éticos.
Queria pedir-vos, enquanto está em aberto o preenchimento de lugares de relevo, se poderiam ter a generosidade de encontrar um lugar para o Dr. Santana Castilho.
Provavelmente por deformação profissional, cada vez me embaraça mais ler os artigos(!) que o Dr. Castilho tem vindo a produzir desde que Vossas Excelências são governo, no espaço que generosamente o Público continua a conceder-lhe e noutros tempos de antena.
O Dr. Castilho andou anos a preparar-se para outros voos, nos espaços públicos que lhe eram destinados ia fazendo o discurso que, julgava ele, o levaria ao poder. Com a dose certa de demagogia e populismo, um discurso com alguns diagnósticos certos e ao encontro do que as pessoas queriam ouvir considerando a desastrada política educativa em muitos aspectos seguida pelo PS, o Dr. Castilho foi-se aproximando do PSD, cheirava cada vez mais a poder, fez tudo, preparou legislação, fez, "diz ele", o um primeiro programa do PSD para a educação que depois foi traído pelo Primeiro-ministro, etc., etc. Estava tudo encaminhado. Mas a coisa correu mal, o telefone não tocou e o Dr. Castilho ressabiou e amargurou, muito.
A partir de então, os seus textos são patéticos de despeito e de fel. É claro que continua a perorar contra o que se decide, uma vezes com razão, a continuidade insustentável das quotas na avaliação de professores, por exemplo, outras nem por isso e, sobretudo sem se perceber a alternativa. Como sempre, é muito fácil dizer o que está mal, mais difícil é dizer com se faz bem de forma realista.
Pessoas em quem o Dr. Castilho depositava tanta esperança, o Dr. Passos Coelho e o Professor Nuno Crato, retiraram-lhe o tapete. O Dr. Castilho já se imaginava a reentrar pela porta grande na 5 de Outubro mas agora, como disse, causa-me grande tristeza, vê-lo assim amargurado, cheio de azedume e a minha preocupação com as pessoas não resiste.
Assim, solicitava encarecidamente a Vossas Excelências que considerassem a hipótese de encontrar um lugar, com algum relevo naturalmente, que possa aquietar a alma infeliz e traída do Dr. Santana Castilho.

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