O I de hoje apresenta um trabalho interessante sobre os efeitos do combate ao absentismo escolar através da definição de um Plano Individual de Trabalho (PIT) para alunos que excedem o limite de faltas injustificadas.
A avaliação do impacto PIT, obrigação decorrente do Estatuto do Aluno em vigor, revela-se, no entendimento dos directores escolares envolvidos, de uma baixa eficácia, verificando-se poucos casos de recuperação.
As razões apontadas para este fracasso assenta, fundamentalmente, na inexistência de recursos que promovam dispositivos de apoio e sobretudo, trabalho com as famílias envolvidas, assenta na dimensão das escolas e, portanto, o volume de problemas em algumas comunidades e assenta na dificuldade de introduzir mais cedo, antes dos 15 anos percursos diferenciados de formação escolar, designadamente através de vias profissionalizantes.
Por inúmeras vezes nos temos referido a estas questões.
Os estilos de vida e circunstâncias contextuais colocam hoje questões que derivando para a escola (é neste espaço que crianças e adolescentes passam os seus dias, inteiros) estão para além do que a escola consegue fazer pelos meios habituais, trabalho em sala de aula. Assim, os dispositivos de apoio, com recursos humanos diferenciados e com a capacidade ligação ao meio familiar parecem urgentes. Aliás, experiência mostra que em escolas e agrupamentos onde existe alguma forma de trabalho a este nível os resultados são positivos.
Por outro lado, a referência à dimensão das escolas vai ao encontro do que os estudos e as boas práticas revelam e questionam directamente a politica dos mega-agrupamentos que, registe-se, continuam a ser intenção do ME.
Uma última nota para a questão da diferenciação de percursos educativos. Esta matéria prende-se, do meu ponto de vista, com a revisão da organização e conteúdo curriculares. Esta revisão, agora anunciada pelo Ministro Nuno Crato, deveria conter a possibilidade de diferenciação de vias de formação escolar que permitissem encontrar vias profissionalizantes minimizando o risco de "exclusão escolar" que, como sempre digo, é frequentemente a primeira etapa da exclusão social.
Esta exclusão social tem custos muito mais elevados que a sua prevenção.
Os alunos faltam e os professores são castigados! Só faltará obrigar o professor a dormir com todos os alunos para os levar para a escola...Os alunos, sem justificação atendível, pura e simplesmente deveriam chumbar, dando-lhes a oportunidade de fazerem uma espécie de Prova-Exame para terem aproveitamento; assim estudariam e interiorizariam que faltar não compensa. Dar mais trabalho a quem já está sobrecarregado, continuando muitos alunos a baldarem-se é próprio de sádicos ignorantes... Pois.
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