AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A MINISTRA E O ASSESSOR - Outro diálogo improvável

De forma inopinada e visivelmente inquieto, o assessor irrompeu pelo gabinete da Ministra do Ensino.
Senhora Ministra, a imprensa está a divulgar os resultados dos exames. Foram os piores de sempre. Em Matemática foram quase desastrosos, a média é negativa.
Não me parece mal.
O Director do Serviço de Medição diz que os resultados baixaram porque a dificuldade dos exames subiu.
Estamos no bom caminho. Os exames devem ser rigorosos. Quando instituirmos mais exames, a situação ficará melhor e mais séria. O Sr. Dr. verá.
Mas Senhora Ministra e que fazemos com tantos alunos com notas negativas.
Repetem o ano, obviamente. E devem repeti-lo até aprenderem. Não podemos pactuar com o facilitismo.
E se as escolas não conseguirem que eles aprendam.
As escolas devem preocupar-se com os excelentes e os que querem aprender, não com os preguiçosos ou incapazes.
Mas assim teremos muitos alunos com insucesso.
Sr. Dr. a sociedade é assim, devemos privilegiar o mérito e a produtividade e nem todos têm mérito e produzem com bons resultados. Como sempre se disse, nem todos podem ser doutores.
Mas Senhora Ministra, nos países com a educação mais desenvolvida os alunos não reprovam tanto e em alguns não se reprovam sequer os alunos.
Isso passa-se nos países que ainda não se libertaram da influência nefasta das ciências da educação. A educação não é matéria para cientistas da educação. É matéria para economistas e medidores, gente que sabe fazer contas e que aprendeu a fazê-las sem máquina de calcular.
Então o que fazemos Senhora Ministra?
Mais exames, mais rigor, apoios aos bons alunos e às suas famílias, temos que formar elites, apoio à frequência, se assim o desejarem, de ensino privado, de qualidade é claro.
Mas para os outros que reprovam?
Temos que criar cursos profissionais e se revelarem dificuldades ou preguiça, logo a partir dos dez anos devem ser encaminhados para esses cursos. Qualquer dia precisamos de um pedreiro e não temos.
Deixe que lhe diga Senhora Ministra, a sua visão e lucidez são uma inspiração.

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