Há uns dias coloquei um texto que designei por “Boas notícias da 5 de Outubro” referindo-me à decisão do Ministro Nuno Crato de suspender o plano de encerramento de escolas para apreciação diferenciada e à intenção de proceder a uma revisão curricular.
Sobre esta última questão e no âmbito dos maus resultados nacionais nos exames do ensino básico e do secundário, tenho também vindo muito frequentemente a referir a necessidade da revisão curricular, condição sem qual não creio que os resultados se alterem substantivamente.
Hoje o ME anuncia já para o próximo ano alterações na organização curricular no ensino básico de que releva o aumento dos tempos de trabalho em matemática e em português. Parece-me de registar a importância desta decisão e aqui a saúdo.
Percebo a impossibilidade e desajustamento de nesta altura proceder a alterações mais profundas sendo mais fácil a extinção dos tempos de Estudo Acompanhado e Área Projecto (muitas vezes ineficazes e inúteis).
No entanto, considero fundamental que com a urgência possível se repense toda a organização e conteúdos curriculares do ensino básico, como prioridade.
Parece-me sustentável a existência de apenas dois ciclos, o primeiro com seis anos e maior alteração no actual 3º ciclo em que, do meu ponto de vista, o número de disciplinas, algumas com apenas um contacto semanal entre alunos e professores, e a extensão e natureza dos conteúdos curriculares se associam às questões mais frágeis do sistema educativo, designadamente no 3º ciclo, insucesso, absentismo e indisciplina, tudo dimensões fortemente ligadas aos níveis de motivação e funcionalidade percebida dos conteúdos curriculares. A lógica da "disciplinarização" excessiva dos saberes tem informado o sistema educativo mas também o sistema de formação de professores durante demasiado tempo, o que suporta esta “disciplinarização" sem sentido, 14 disciplinas para 25,5 horas de aulas no 3º ciclo. É, aliás, curioso notar, se bem estivermos atentos, a frequência com que a propósito de qualquer saber, se defende a existência de mais uma disciplina.
Esta decisão, que quero acreditar como o início de um trajecto de mudança, parece-me, assim, positiva.
Achega muito curta...
ResponderEliminarHá relativamente pouco tempo um pai foi para o seu posto de trabalho e esqueceu-se que tinha um filho com poucos meses de vida dentro do carro. Quando se lembrou a criança estava morta por calor e sufoco.
O que vamos fazer a este pai?1
Tirar-lhe a paternidade?
No caso da criança esquecida no autocarro penso que o despedimento compulsivo é excesso de zelo.
Possivelmente outras crianças ficarão com a mesa das refeições caseiras mais escassas.
saudações
Peço imensa desculpa. O comentário acima plantado referia-se a: " A CRIANÇA ESQUECIDA "
ResponderEliminarsaudações