AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 31 de maio de 2011

A HISTÓRIA DO MIÚDO QUE TINHA SONO

Num destes dias à saída da escola a Professora Teresa cruzou-se com o Professor Velho, o que está na biblioteca e fala com os livros, e caminharam juntos alguns minutos.
Olá Velho, agora não nos temos encontrado, o trabalho este final de ano é mais que muito, lá do Ministério estão sempre a lembrar-se de burocracias que não servem para nada e só atrapalham.
É verdade, não temos conversado.
Tenho uma cena com um miúdo lá na sala daquelas que tu gostas de ouvir.
Então conta Teresa, já estou curioso. Os miúdos, quase sempre são engraçados.
Estava o meio da aula quando reparei que o Sérgio estava a dormir profundamente com a cabeça em cima da mesa. Eu parei, fiquei a olhar para ele, os colegas riram-se e ele nem se mexeu.
E depois?
Cheguei-me ao pé dele e de mansinho acordei-o. Olhou para mim espantado e disse, adormeci.
Pois foi, tens sono? E ele respondeu-me, Setôra, levanto-me todos os dias às sete e só saio da escola às seis da tarde. À terça e à quinta vou às seis e meia treinar futebol lá no clube, fico bué cansado. Todos os dias tenho que fazer os TPCs e a minha mãe e o meu pai que chegam só às oito fazem o jantar e só vamos dormir às dez. Como a gente gosta ainda ficamos um bocado no computador e depois custa mesmo levantar de manhã. Ando sempre cheio de sono.
E que fizeste a seguir?
Olha Velho, não digas a ninguém, mas combinei com os colegas, continuámos a aula sem barulho e deixei-o dormir os dez minutos que faltavam para o fim. Quando o Sérgio saiu, combinámos que amanhã ao intervalo eu lhe explicava o trabalho que realizámos hoje.

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