Em Abril estavam registados nos Centros de Emprego 4617 famílias com os dois elementos do casal na situação de desemprego, uma situação devastadora que nos últimos meses aumentou fortemente segundo o IEFP. Apesar do número de Abril ser um pouco mais baixo que o de Março, também sabemos que o abaixamento de número global de desempregados registados não corresponde a subida do emprego pelo que, provavelmente, o número real de famílias com todos os elementos desempregados é bem maior e em risco de subida uma vez que se prevê o aumento do desemprego.
Nos termos do negócio, a que chamam ajuda, que o FMI, o FEE e o BCE realizou com o estado português, incluem-se mais cortes nos chamados apoios sociais que envolvem, entre outras situações, os casos de desemprego.
Sabemos todos, embora alguns esqueçam, que os mercados não têm alma, são amorais e as pessoas são activos ao serviço dos interesses dessas entidades, os mercados.
Por isto tudo e voltando ao aumento extraordinário do número de casais de desempregados, seria absolutamente necessário que se entendesse e assumisse que o negócio em curso com a famosa troika não pode de forma alguma esquecer as pessoas, sobretudo as que mais vulneráveis e em risco de exclusão vão ficando.
Neste cenário exigir-se-ia ou, pelo menos, esperar-se-ia, que os discursos políticos da pré-campanha se centrassem nas pessoas e na forma como colocar a economia e o desenvolvimento ao serviço das pessoas e não na retórica e demagogia da caça ao voto e ao efeito mediático, bem como na protecção dos interesses dos mercados acreditando-se contra toda a evidência que do bem-estar dos mercados advirá bem-estar para as pessoas.
Corremos o sério risco de ficar à beira não de um sobressalto cívico como agora se fala, mas de um sobressalto social que pode assumir contornos imprevisíveis.
Professor, o que mais de tem visto nos discursos políticos é um apelo ao voto, seja de forma directa ou indirecta, e nunca uma visível preocupação com as reais necessidades do povo português, que são sempre encaradas de modo vinculado à economia. Estamos em crise, mas economia não é tudo e há outros factores igualmente importantes a considerar.
ResponderEliminarCumprimentos
O deus-mercado Afonso, o deus-mercado
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