Segundo o Público, a Maternidade Alfredo da Costa pede aos utentes donativos que possam minorar os efeitos da contenção orçamental.
O director do hospital justifica a medida com as necessidades, naturalmente, e com o facto de em algumas instituições estrangeiras da mesma natureza também se fazer um apelo aos donativos dos utentes.
Poderíamos tentar ver uma medida pedagógica e preventiva nesta iniciativa. Isto é, destinando-se esta unidade a prestar cuidados envolvendo bebés o apelo a donativos estimula precocemente a solidariedade ou mesmo o hábito das contribuições para o estado, por vezes chamadas impostos. Pode ser essa a intenção.
A questão é, no entanto, grave e envolve um equívoco. As dádivas que algumas instituições estrangeiras solicitam não são destinadas a minimizar cortes orçamentais mas a criar folgas orçamentais que permitam benefícios à instituição e ao bem estar e à comodidade de quem a utiliza e não aos custos do cumprimento eficaz da missão, esses não podem estar sujeitos a donativos.
Para além disso, um serviço público de natureza gratuita não pode deixar instalar a dúvida de que a qualidade dos cuidados de saúde que se vão solicitar pode de alguma forma estar associada ao donativo que é sugerido no acto da marcação da consulta.
Há situações que apesar de bem intencionadas não podem, não devem, acontecer.
Talvez devesse ser proposto na altura da alta. Tipo "Se achar que foi bem tratado....". Assim até seria um estímulo para melhorar o atendimento.
ResponderEliminarNesse caso seria a típica "gorja" a quem fez o "jeitinho" de nos tratar bem. Nada que estranhássemos.
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