Continuamos a aguardar os desenvolvimentos que nos permitam perceber os termos em que os escuteiros do FMI e do FEEF nos vêm ajudar a atravessar a estrada embora já se saiba que uma das condições é que temos que ser amiguinhos, isto é, darmo-nos bem, ter bom comportamento e não andarmos sempre zangados e a dizer que os outros é que fazem as asneiras.
Entretanto, o país continua a andar meio perdido, à rasca e precisar desesperadamente de um GPS enquanto, simultaneamente acontecem coisas que, do meu ponto de vista, aprecem absolutamente delirantes e ajudam muito a perceber o estado a que chegámos.
Estava a ouvir despreocupadamente um jornal televisivo quando começo a ouvir uma notícia que de início nem estava a perceber muito bem mas que despertou a minha atenção. A administração do BPN, sim a quinta de Oliveira Costa and Friends que custará aos nossos bolsos qualquer coisa como 5 000 milhões de euros, decidiu que cerca de 300 carros ao serviço de muitos quadros do banco deveriam ser devolvidos. Estava a dirigir a informação quando percebi que os funcionários protestaram contra o “atentado aos seus direitos” e apresentaram uma inevitável providência cautelar para suspender a decisão. Em seguida ouvi um representante do Sindicato dos Bancários do Norte e um funcionário do BPN indignadíssimos com mais este cerrado ataque aos direitos adquiridos e constantes dos contratos de trabalho estabelecidos com o BPN.
Devo confessar que fiquei perplexo. Nas actuais circunstâncias, com tudo o que tem acontecido em torno do BPN que o estado entendeu apoiar com o nosso dinheiro em vez de deixar cair por ser uma fraude e um crime económico, com responsáveis conhecidos mas nunca condenados, aparece uma rapaziada a protestar porque lhes tiram o carrinho e conseguem falar disto sem um sobressalto e um pedido de desculpas ao cidadão que paga que impostos.
Somos um país de despudor, de cima até abaixo. É só uma questão de escala.
Fabulando...
ResponderEliminarOs esquilos armazenam uma quantidade de nozes dez vezes maior que aquela que lhes faz falta. O pelicano, quando tem o ventre cheio, a rebentar, serve-se ainda das bochechas como saco de provisões. E que quantidade de mel fabricam as espertas abelhas para a sua tão modesta alimentação?
Perante a acção mesquinha desses senhores apetece-me vomitar a minha cólera e indignação como um polvo vomita a sua tinta para se esconder do inimigo.
saudações