AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 27 de abril de 2011

NA FALTA DO PÃO, QUE NÃO FALTE O CIRCO

Ao que foi anunciado os partidos preparam-se para campanhas eleitorais low cost, embora, para o que der e vier, a nova lei aprovada por PSD e PS permita permite algumas habilidades com as contas das campanhas, nada de estranho, portanto.
Os orçamentos entregues rondam os 6,5 milhões de euros sendo que só o PS e PSD destinam 1,6 milhões a comícios e espectáculos.
Bem avisado andava eu quando escrevi que apesar de se entender um esforço de economia, recorrendo a gravações de discursos, por exemplo, era importante não exagerar nesse esforço.
Parece-me positiva não utilização de outdoors, são caros e em termos estéticos alguns, valha-nos Deus, mas, por outro lado, custa-me ver milhares de rotundas sem as promessas que em todas as campanhas são feitas, quase sempre, com as mesmas caras e chavões.
Por favor, peço encarecidamente aos responsáveis partidários pelas campanhas que não cortem na distribuição das esferográficas e bonés que tanto nos atraem e pelos quais somos capazes de criar conflitos. Já me esquecia, os sacos de plástico também dão jeito, agora que começaram a ser cobrados nos supermercados.
Agradeço ainda que não cortem aqueles megacomícios em que é preciso trazer gente de fora. Nós portugueses apreciamos uma viagenzinha de borla mesmo que tenhamos que dar vivas a um partido e agitar uma bandeira. Sempre espairecemos um bocado das agruras da vida. Também espero que não se lembrem de abdicar dos espectáculos de música popular com os artistas em moda, já chega de cortes no Ministério da Cultura para termos que suportar mais uma machadada séria na cultura popular.
Finalmente, solicito encarecidamente que não deixem de organizar uns almocinhos ou jantares de campanha que são deliciosos e baratos. É certo que variam entre o bacalhau com natas, a carne assada e os bifinhos com cogumelos e ainda levamos com os discursos. Bom, mas também temos que fazer algum sacrifício, o preço compensa.
Vamos ver como correm.

PS – Como é óbvio a democracia tem custos, sendo um deles, a actividade dos partidos, pelo que este texto tem uma assumida ponta de demagogia. Mas é que estou mesmo farto da falta de pão e do excesso de circo.

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