AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

COM 3 HORAS SEMANAIS É MAIS DIFICIL MELHORAR

De acordo com os resultados encontrados em 2009 no âmbito do Programme for International Students Assessment – PISA, Portugal foi um dos seis países que evidenciaram melhorias nas áreas em avaliação, leitura, matemática e ciências como assinala o Público.
Estes resultados são importantes e devem ser registados. No entanto, parece-me importante relembrar que o Relatório do Gabinete de Avaliação Educacional sobre os resultados das últimas provas aferidas de Língua Portuguesa no 6º e no 4º veio, de novo, evidenciar as fragilidades das competências dos nossos alunos na ferramenta essencial da aprendizagem, o domínio da Língua Portuguesa.
A situação recorrente de resultados aquém do desejado não é um uma questão nova e para além de algumas iniciativas do ME, como o Plano Nacional de Leitura ou o Plano de Acção para a Matemática, as escolas tentam através de dispositivos de apoio próprios minimizar as dificuldades de muitos alunos. Dado o volume de dificuldades e os recursos das escolas, estas iniciativas acabam, necessariamente, por ter como destinatários menos alunos do que o justificado.
A este propósito e também por outras razões, tenho com alguma frequência expresso a urgente necessidade de ajustamentos sérios nos conteúdos e organização curricular.
Se repararmos no caso do 2º e 3º ciclo, os alunos para uma base de 25,5 horas semanais de trabalho têm 3 horas de Português, repito 3 horas de Português e 3 horas de Matemática. Não cabe aqui uma análise mais aprofundada, mas apenas por comparação e no 2º ciclo existem 3 horas de Educação Visual e Tecnológica e 2 horas e 15 m de Inglês.
Creio que de uma forma geral se entende que o correcto domínio da língua de trabalho, o português, é um requisito fundamental para as aprendizagens em todas as áreas curriculares, bem como a literacia matemática, base do conhecimento científico. Não se compreende, portanto, o pouco peso curricular dado ao Português e à educação matemática, sobretudo no 2º ciclo em pleno processo de aquisição das ferramentas básicas de domínio da língua nas suas várias dimensões.
Creio que independentemente da boa vontade de escolas e docentes ou de planos de natureza supletiva, a questão central remete para mais e melhor trabalho em dois domínios essenciais, a Língua Portuguesa e a educação matemática.

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