Ao que diz o Público a Ministra da Educação terá reagido com uma gargalhada à sugestão de Mário Nogueira de eliminar as Direcções Regionais de Educação. Sendo o sorriso um comportamento típico da Ministra nem percebo a pertinência da notícia. No entanto, para além do fait-divers, talvez seja interessante perceber que, no contexto e nos termos em que é produzida a afirmação de Mário Nogueira não me parece de levar a sério. Não está em causa o conjunto de competências das Direcções Regionais face aos Serviços Centrais do ME, temos muitas vezes ruído, ineficácia, contradição de orientações e incompetência. Também sabemos que as Direcções Regionais são estruturas de controlo político do sistema tal como a nova fórmula de direcção das escolas.
Mário Nogueira sabe e tem sido algo sempre defendido pelas estruturas sindicais a descentralização do sistema e a autonomia das escolas. Por isso, não é de levar a sério um retorno na centralização porque, no que respeita à autonomia ainda há muita estrada para se percorrer.
A questão é que, do meu ponto de vista, este tipo de afirmações têm a mesma lógica das decisões do ME, ou seja, o controlo político do sistema. O universo da educação é um dos terrenos mais envolvidos, pela sua escala e impacto social, na agenda da partidocracia e dos seus interesses. Dito de outra maneira, em muitas das decisões em matéria de políticas educativas em muitas das propostas e perspectivas vindas das estruturas representativas dos professores não se vislumbra como defendem, verdadeiramente, a qualidade dos processos educativos e do trabalho de alunos, professores e pais.
É por isso que frequentemente ao ouvir os actores mais visíveis neste universo também de dá vontade de rir. De tristeza.
Servindo-nos do título de uma Obra de Gabriel García Marquez diríamos que, depois do "Amor em Tempos de Cólera" passaremos a saborear o "HUMOR em Tempos de Cólera!" Cantona e o Colapso da Ditadura dos Bancos . Mas se seguíssemos Éric Cantona, por certo a gargalhada passaria a uma Corrente de Lágrimas... Mas como em tempos de Ditadura, "O Povo é Sereno!" e depois de Alegre ter acumulado várias Reformas de locais onde NUNCA trabalhou, os versos do poeta tornaram-se na maior das mentiras ao mudar de século. E, de há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não" passamos a outra versão mais moderna: Não há ninguém que resista... Não há ninguém que diga Não". Por isso, depois do dia 24 de Novembro e da Greve Geral... e tudo continuará na mesma. Os políticos seguirão com as escandalosas mordomias. E os lobbies do poder exigirão que o Governo ceda às suas reivindicações. Assim os grupos profissionais fazem o governo ceder sempre à sua pressão. Os governos, interessados em manter-se o máximo de tempo no poder, cedem sempre aos mais fortes, à pressão daqueles que têm tanto ou mais poder que eles e que são capazes de contrariar as intenções governativas: os Juízes e os Jornalistas"! Os primeiros, retirando aos governantes a eficácia das medidas que tomam; os segundos, destruindo-lhes a carreira política. Alguém duvida dos motivos por que estes grupos acabam por ficar imunes à crise? Pensem só no que se passou com Santana Lopes... Está tudo dito.
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