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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

OS CUSTOS DA DEFICIÊNCIA

Os dados de um interessante estudo realizado pelo Centro de Estudos Sociais da Fac. de Economia da Univ. de Coimbra, citado no Público, apontam para que uma pessoa com deficiência possa ter um gasto anual entre 6 000 e 27 000 € decorrentes especificamente da sua condição e considerando diferentes quadros de deficiência. Estes dados estão incompletos porque os investigadores não conseguiram elementos sobre os gastos no âmbito do Ministério da Saúde.
O estudo revela também que apesar de algumas melhorias a situação deste grupo social é ainda muito complicada. São referidos aspectos como"a morosidade das respostas, que se torna dramática em situações urgentes", a dependência da “pessoa que está no guichet" e da permeabilidade ao tão português “dar um jeitinho” que permite acelerar ou desbloquear processos. A falta de eficácia na fiscalização ou a escassez de recursos são também aspectos referenciados. As dificuldades são reconhecidas pela Secretaria de Estado que tutela estas matérias.
Finalmente, o estudo sublinha os enormes custos sociais, não quantificáveis facilmente, envolvidos na vida destes cidadãos e que têm impacto no contexto familiar, profissional, relacional, lazer, etc.
Como é óbvio, os recursos são finitos e o tempo é de contenção. No entanto, pode afirmar-se que para as pessoas com deficiência os tempos sempre foram de recursos finitos e de contenção, ou seja, as dificuldades são recorrentes e persistentes.
Creio também que é justamente no tempo em que as dificuldades mais ameaçam a generalidades das pessoas que se avoluma a vulnerabilidade das minorias e, portanto, se acentua a necessidade de apoio e de políticas sociais mais sólidas, mais eficazes e, naturalmente, mais reguladas.
Assim sendo, exige-se a quem decide uma ponderação criteriosa de prioridades que proteja os cidadãos dos riscos de exclusão, em particular os que se encontram em situações mais vulneráveis.

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