É óbvio que existirão muitas excepções, mas creio que a generalidade das pessoas que conheça razoavelmente a realidade das escolas não terá uma percepção muito positiva do trabalho realizado no âmbito das disciplinas de Área de Projecto e do Estudo Acompanhado. Independentemente do empenho dos professores as práticas nesta matéria têm uma latitude extraordinária, isto é, verifica-se experiências completamente diversificadas na sua qualidade. Lembro-me de num dos anos da carreira escolar do meu filho o ouvir comentar que a Área Projecto naquele ano ia ser fixe, quando o inquiri sobre a razão respondeu-me que era fixe porque não "faziam nada". Quanto ao Estudo Acompanhado, em muitas situações não passa de um espaço onde, com a presença pouco activa de alguns docentes, os miúdos se entretêm, por vezes até com actividades escolares.
Acontece que a decisão do ME de acabar com as duas disciplinas é essencialmente subordinada ao seu custo e não com a devida fundamentação na sua eficácia e qualidade, ou seja, se houvesse recursos poderia continuar mal. Por outro lado, os representantes dos professores, naturalmente mais centrados nas questões profissionais do que na qualidade da educação, vêm a terreiro imediatamente acenar com o eventual risco de desemprego que poderá atingir os docentes envolvidos nestas duas disciplinas, ou seja, importa assegurar o emprego, a qualidade do trabalho que genericamente se conhece parece ser uma questão secundária. As horas dos docentes adjudicadas a estas duas disciplinas poderiam, deveriam, ser redireccionadas numa perspectiva, por exemplo, de apoio diferenciado às dificuldades escolares dos miúdos.
Parece consensual a imprescindibilidade de mudanças de natureza curricular. Já aqui escrevi que o número de disciplinas e a extensão e natureza dos conteúdos curriculares se associam de forma bem significativa a algumas das questões mais frágeis do sistema educativo, designadamente no 3º ciclo, insucesso, absentismo e indisciplina, tudo dimensões fortemente ligadas aos níveis de motivação e funcionalidade percebida pelos alunos nos conteúdos curriculares.
Importa também, do meu ponto de vista, considerar que o actual modelo de organização das escolas e do trabalho dos professores leva a que um número extraordinário de horas de trabalho dos docentes seja dedicado a um conjunto interminável de actividades, a inúmeras tarefas de natureza quase administrativa, para além das reduções inerentes à progressão na carreira e de outras funções não lectivas. Tudo isto contribui para que em termos práticos tenhamos um modelo menos eficiente e facilitador do trabalho dos alunos e os próprios professores, cujo empenho e profissionalismo esbarra muitas vezes com modelos inadequados de organização e funcionamento das escolas.
Temo que a necessária discussão sobre estas matérias se centre excessivamente nos aspectos logísticos, nos contornos políticos, e menos nos aspectos essenciais, as práticas que se desenvolvem, os modelos (no plural) de organização e do trabalho em sala de aula, os modelos de organização e funcionamento das escolas, o modelo e a organização da carreira docente envolvendo os conteúdos funcionais, etc.
Neste quadro, parece-me fundamental que, sem esquecer a conflitualidade natural em todos o processos humanos e que não é necessariamente negativa, se reflicta seriamente na questão da qualidade do trabalho educativo de alunos e professores.
Governo de Sócrates é de Uma Incompetência Atroz... Estamos a caminhar para o Abismo...
ResponderEliminar"A Verdade do Discurso" VS "O Discurso da Verdade".
Diz-se que "Portugal tem a maior taxa de incidência de doença mental da Europa." E, claro. À Ministra Maria de Lurdes Rodrigues se ficou a dever muito desta realidade. Uma incompetente que nunca soube muito bem o que fazia no Ministério. E a sua incompetência foi tal que a maioria do que fez apenas serviu para colocar mais gente a frequentar psiquiatras, mais alunos sem vontade de ir à escola, e, infelizmente, mais trabalho para os cangalheiros...
Sócrates pretende afundar o país:
Legislatura de Sócrates - A tempestade Perfeita.
Ela pretendeu enterrar o Serviço Público de Educação .... E para isso, nem se importou de ver uma Professora sucumbir com leucemia, sem ter obtido o direito a um tempo de Reforma para que dignamente havia descontado. Mas esta senhora ministra (com minúscula) levou, seguramente, uns bons milhares no bolso de subvenção... Claro. Ela tem que viver, pobrezinha. Que a leucemia a ataque e seja tratada de igual forma que trataram no seu tempo a nossa colega Manuela Estanqueiro. Tenho dito....
Professora Com Leucemia Obrigada a Trabalhar até à Morte.olimine