AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ESCOLAS GRANDES, PROBLEMAS MAIORES, RESULTADOS MENORES

Finalmente e felizmente. O Público de hoje aborda a questão da dimensão da escola e do seu impacto na qualidade do trabalho educativo de alunos e professores. Faltava este tipo de informação na opinião publicada sobre esta matéria.
Desde sempre aqui tenho defendido que apesar de ser necessária uma reorganização da rede escolar porque escolas de reduzidíssima dimensão, para além dos custos, não cumprem a sua função social com qualidade, seria absolutamente desejável que se não enveredasse pela criação de mega escolas ou mega agrupamentos. O ME estabelece como média os 1700 alunos e como limite os 3000. Estes números são completamente comprometedores da qualidade e, portanto, inaceitáveis.
De há muito que se sabe que um dos factores mais contributivos para o insucesso, absentismo e problemas de disciplina é o efectivo de escola. Não é certamente por acaso, ou por desperdício de recursos, que os melhores sistemas educativos, lá vem a Finlândia outra vez, e agora os Estados Unidos na luta pela requalificação da sua educação optam por estabelecimentos educativos que não ultrapassam a dimensão média de 500 alunos. Sabe-se, insisto, de há muito que o efectivo de escola está mais associado aos problemas que o efectivo de turma, ou seja, simplificando, é pior ter escolas muito grandes que turmas muito grandes.
É fundamental que a comunidade tenha consciência deste universo de modo a tentar travar o movimento de construção de autênticos barris de pólvora e contextos educativos que dificilmente promoverão sucesso e qualidade apesar do esforço de professores alunos, pais e funcionários.
Não conheço nenhuma justificação de natureza educativa que sustente a existência vantajosa de escolas para crianças e adolescentes com 1500 lugares ou mais. A razão para a sua criação só pode, pois, advir da vontade de controlo político do sistema, menos escolas envolvem menos directores ou de questões economicistas que a prazo se revelarão com custos altíssimos pela ineficácia e problemas que se levantarão.
Ainda iremos a tempo?

2 comentários:

  1. Cláudia S. Tomazi - Brasil19 de julho de 2010 às 14:12

    Sinceramente vendo vcs discutindo a questão da escola, e tão somente da cosnciência do ensino, faz a gente do Brasil sentir-se cada vez mais lixo... Aqui sim não existe educação de qualidade. é um verdadeiro desastre.

    ResponderEliminar
  2. Da parte do sistema educativo que conheço do Brasil, sul, e do contacto com muitos colegas brasileiros, creio que, como em todo lado, existe trabalho bom e trabalho menos bom. Por exemplo, o combate à pobreza nos últimos anos tem sido elogiado e isso é muito bom para a qualidade na educação.

    ResponderEliminar