AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 2 de julho de 2010

DESPERDÍCIO E RIQUEZA

Não é fácil para o cidadão comum ter a percepção real do valor quando se referem muitos milhões, só algumas comparações podem ajudar a perceber a dimensão.
Segundo o Público, o Estado terá deixado de cobrar em impostos entre 2005 e 2009 cerca de 4160 milhões de euros. Parece, e é, muito dinheiro, mas ficamos com uma perspectiva mais objectiva do que poderia representar para nós, se soubermos que este valor é mais do que quatro vezes superior ao pacote de aumento de impostos que no âmbito do PEC estamos a sofrer. Quer isto dizer, que se a cobrança fosse mais eficaz, não só não precisaríamos de ter os impostos aumentados, como também, muito provavelmente, não seria necessário proceder a cortes nos apoios sociais. A propósito, também soubemos hoje que o desemprego continua a subir.
É claro para todos que não será possível atingir patamares ideais de eficácia, pela mesma razão que não se acabará com a delinquência e também sabemos que tem havido a preocupação de aumentar a eficiência da administração fiscal.
No entanto, é quase imoral que uma administração que se defronta com tal nível de desperdício e ineficácia faça cair sobre os cidadãos o preço da sua incompetência.
Quando era mais miúdo e sempre que estragava ou não aproveitava devidamente qualquer coisa, ouvia logo dos meus pais, “pensas que és rico”.
Eles não sabiam, mas nesta coisa de impostos e administração pública, os países mais ricos são os que menos desperdiçam.

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