AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A DERIVA

Como era previsível, a polémica medida de permitir, a título excepcional para este ano, que alunos reprovados no 8º ano se pudessem propor a exame do 9º, não surtiu efeito. Também fui dos que antecipei, não era difícil, este resultado. O ME confirma agora que nenhum aluno nestas condições concluiu o 9º ano.
De facto, como muitos dissemos, dificilmente um aluno com insucesso no 8º e sem frequentar o 9º poderia aparecer minimamente preparado para os exames. Poderia eventualmente acontecer, por milagre ou descoberta súbita de motivações e capacidades não utilizadas.
Depois do processo concluído fica então a questão. Sendo previsível o seu fracasso, sendo a medida onerosa para o ME pelo impacto, polémica e sinais de facilidade que passava, porquê a sua apresentação?
Do meu ponto de vista, só a entendo como mais uma evidência da forma reactiva, voluntarista e à deriva como esta equipa do ME tem vindo a actuar. As medidas aparecem sem coerência, reagindo a aspectos particulares e dispersos, com insuficiente análise de adequação, eficácia e impacto, criando ruído, turbulência e problemas que o universo da educação tem que baste.
Uma medida que desde o início pareceu uma mão cheia de coisa nenhuma, acabou, naturalmente, num mão cheia de nada.

3 comentários:

  1. Mas... e se o exame tivesse sido fácil, sei lá, assim tipo acessível?

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  2. Nem assim me parece que a medida teria os efeitos desejados pelo ME

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  3. Depois de um Engenheiro formado numa Nova Oportunidade, mais um menos um, não altera muito este Portugal de pacóvios... Aliás, os votos que alguns políticos conseguem devem-se mesmo a isso: serem uns chicos-espertos que condizem com a mentalidade da maioria dos portugueses que valorizam este tipo de pessoas... Aliás, revêem-se nos espertinhos que ultrapassam todos pela direita, desrespeitando o trânsito e colocando em risco a vida dos outros... Esses, sim, são os novos heróis que vingam na sociedade portuguesa. Os mais competentes, só se tiverem "cunha" é que conseguem ser aproveitados. Se não têm "cunha", preparem-se para usar as suas notas de 18 valores para colocar artigos numa qualquer prateleira de um hipermercado.... Por isso é que Não Calarei a Minha Voz Até que o Teclado se Rompa! .

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