AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sábado, 19 de junho de 2010

A ESCOLA ACABOU

Hoje, consegui chegar cedinho ao meu Alentejo e passei na vila para as compras. Estava a miudagem a sair da escola, hoje era o último dia de aulas.
Aqui ainda se vêem muitos avós a esperarem à porta da escola. Quando me aproximo verifico que alguns dos miúdos e miúdas iam a chorar. Como ia passando pelo meio deu para perceber, pelas palavras dos avós, que os gaiatos choravam porque a escola tinha acabado e porque no próximo ano já ali não andariam. Os avós diziam coisas como, “não chores mais, então cresces vais para outra escola”, “mas podes vir cá à mesma”, etc., coisas de avô é claro, mas os gaiatos lá iam chorando.
Deu para pensar. Na maior parte das vezes, para não dizer sempre, as referências e os discursos que se produzem sobre a escola são maus, azedos, maldispostos e, do meu ponto de vista, muitas vezes injustos e ignorantes sobre o que por lá se passa realizado por alunos, professores e funcionários.
Falam das escolas como sendo o inferno. É certo que para algumas crianças, para alguns professores, a escola é o inferno. Mas para a maioria das crianças a escola é uma coisa boa, onde gostar de estar, fazendo coisas de que gostam mais ou menos (ou até detestam) mas que no fim deixa saudades, logo no dia em que acaba.
Por isso, era bom que alguns opinadores, mais ou menos “catedráticos” que regularmente peroram sobre o inferno da escola fossem um bocadinho mais cautelosos, era bom para os miúdos.

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