AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quarta-feira, 12 de maio de 2010

QUE SE COMBATA O DESPERDÍCIO, A SÉRIO

Como sempre tenho de afirmar, de economia sei o que um cidadão minimamente atento e sem formação específica saberá. Quando as necessidades de financiamento do estado, as receitas, apertam o mais óbvio, imediato e simples é o aumento de impostos, designadamente o IVA, justamente o que sendo mais simples é o mais injusto pois penaliza toda a gente da mesma forma ou o corte, impopular naturalmente, nos salários da administração e mesmo no privado. A oposição admite este cenário mas exige um sinal, corte nos salários dos políticos. Esta ideia dos sinais é interessante do ponto de vista do marketing político e da mensagem social mas é, creio, de alcance curto.
Um caminho que me parecia bem mais relevante e de que algumas, poucas, vozes falam seria a redução de despesas e o combate ao desperdício. Aqui haverá muito fazer e muito por onde cortar.
Existem milhares de institutos, entidades e organismos públicos cuja eficácia é mais do que duvidosa. Só pelo facto de existirem são um sorvedouro de dinheiros públicos. Salários elevados da administração e chefias, máquina administrativa, edifícios e manutenção, logística e funcionamento, veículos afectos, etc. constituem-se como um saco de desperdício sem fundo. Os serviços de consultoria e aquisição de serviços em "outsourcing" são uma praga de altíssimo custo.
Na gestão autárquica existem milhares de empresas municipais com competências ininteligíveis e eficácia não perceptível, também com custos imensos só por existirem.
Os modelos de funcionamento em muitos organismos públicos centrais e locais são um convite ao desperdício sem controlo.
Como é evidente este universo está estruturado desde sempre para servir as clientelas que sustentam a partidocracia e por isso nenhum dos partidos que deseja chegar ao poder parece verdadeiramente interessado em mexer na estrutura que justamente suporta esse poder.
Enquanto assim for, não será pois estranho que quando a necessidade aperta, se aumentem os impostos e se dê um "sinal", baixar o salário dos políticos, que pouco mais é que marketing e demagogia. Sejamos sérios.

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