AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 16 de maio de 2010

OS MIÚDOS VIAJANTES E OS VELHOS EM FAMÍLIA

Num tempo em que poucas vezes encontramos, ou estamos disponíveis para encontrar, aspectos positivos na acção política parece-me justo salientar dois aspectos hoje referidos na imprensa.
O primeiro, abordado no Público, remete para o trabalho que o Ministério da Educação tem feito no sentido de possibilitar que crianças e adolescentes pertencentes a famílias cuja actividade profissional obrigue a deslocações constantes, caso de feirantes e trabalhadores em artes circenses, possam acompanhar a escola através do apoio de professores via net. Os testemunhos ouvidos registam o agrado dos miúdos e a taxa de sucesso verificada permite que se considere um bom trabalho. Salienta-se ainda que as crianças e adolescentes envolvidas no Programa se encontram durante algumas semanas por ano numa boa oportunidade de contacto presencial também registada com satisfação por alunos e professores.
A segunda nota dirige-se para a intenção manifestada pela Misericórdia de Lisboa, ouvi num noticiário televisivo e não percebi se era intenção do governo e a nível nacional, de apoiar famílias que acolhessem idosos. Assim, o apoio e parte do valor da pensão dos idosos seriam direccionados para famílias que o recebessem evitando que sejam emprateleirados em lares ou permaneçam isolados a morrer devagarinho de solidão. Também não consegui perceber se esta iniciativa poderia envolver a família do próprio idoso. Neste quadro, creio que poderia ser estudado no âmbito da Segurança Social a possibilidade, generalizada ao país, de que a própria família do idoso pudesse ser subsidiada se mantivesse a pessoa consigo. Esse subsídio seria calculado com base nos apoios que o estado destina às instituições de solidariedade social que recebem idosos. Quero acreditar que muitas famílias tendo algum apoio que lhes permitisse, por exemplo, pagar algumas horas a alguém, quereriam ter os seus velhos consigo.
Como se costuma dizer actualmente, dois exemplos, um a funcionar, o apoio aos miúdos viajantes, o outro, em projecto, subsidiar famílias que recebam velhos, que vão no caminho da coesão social e da solidariedade.

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