AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 5 de março de 2010

UM RAPAZ FORTE NUMA TERRA DE FRACOS

Era uma vez uma terra com gente fraca, há muitas terras com gente fraca. Nessa terra havia um Rapaz que alguns pensavam fraco, até porque só tinha doze anos e era pequeno, frágil. Alguns dos fracos daquela terra, pouco mais velhos que o Rapaz, achavam que ele era tão fraco que lhe batiam. Eram certamente rapazes doentes além de fracos, só os rapazes doentes e fracos batem nos rapazes que acham fracos. E os rapazes fracos e doentes batiam no Rapaz com regularidade.
As pessoas mais crescidas, fracas já se vê, não percebiam, não queriam perceber, não sabiam, não queriam saber, não viram, não queriam ver o que vinha acontecendo ao Rapaz. Algumas pessoas, ainda mais fracas, até diziam, queriam dizer, que nunca acontecia nada ao Rapaz.
Um dia, o Rapaz decidiu, sentiu, que era o tempo de não ser mais o fraco que alguns outros, os fracos, os fracos doentes, os fracos negligentes, os fracos incompetentes, achavam que ele era. Tomou a decisão mais corajosa que alguém com a sua idade alguma vez tinha tomado numa terra com gente fraca, a decisão dos fortes.
Correu, correu, correu e voou para muito, muito longe, para sempre.
É dos fracos que reza esta história, a trágica história de um rapaz forte numa terra de fracos. Voa Rapaz, este mundo de gente fraca não era o teu mundo.

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