AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

AS NOTAS

Na semana que se inicia e antes de se entrar mais a fundo no espírito natalício muitas famílias vão dar atenção às notas. Não às notas necessárias para a compra dos presentes de Natal, mas das notas escolares que também contribuem para comprar presentes, as boas notas são quase sempre recompensadas mas, sobretudo, contribuem para comprar futuros.
Alguns alunos esperarão com tranquilidade, apenas com a ansiedade de ver confirmado o bom andamento do primeiro período, em casa receberão felicitações pelo trabalho desenvolvido e até verão essas felicitações e contentamento familiar sublinhados com o reforço dos presentes, merecem, toda a gente dirá.
Alguns outros miúdos esperam com a ansiedade da dúvida, será que o trabalho e a generosidade dos “setores” chegarão para a positiva, senão a tudo, pelo menos a quase tudo. É que os pais também tinham prometido “aquela” prenda se as notas fossem boas.
Também existem alguns alunos que já nem a ansiedade pelas notas conseguem sentir, vão ser más, o que não estranharão e as famílias, algumas, também não. É hábito. Destes, uns assumirão um discurso e pose de indiferença, precisam dessa pose e desse discurso para mascarar para fora o que o insucesso dói para dentro. Ninguém que não esteja doente se satisfaz com o insucesso. As famílias não sabem que fazer e culpam a escola que as culpa a elas.
Por fim, alguns alunos receberão as más notas do primeiro período como uma espécie de “cheque pré-datado” passado pela escola, ou seja, estas serão também as notas do segundo e do terceiro período. Esta baixa expectativa é um forte contributo para que se cumpra o emitido no “cheque”, as más notas no futuro. Não tem que ser, não é o destino e não estão condenados ao insucesso. Era bom ter consciência do processo e recusar esse fatalismo.
Enfim, como em quase tudo na nossa vida, as notas são, muitas vezes, determinantes.

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