AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 17 de novembro de 2009

O CAJÓ E AS CEGADAS DA SUCATA

Hoje passei ao pé da oficina onde trabalha o meu amigo Cajó, o do Punto kitado, estava ele cá fora a matar o vício, deu para dois dedos de conversa.
Olá amigo Zé, tá-se bem? Até que deve tar, o seu glorioso este ano tá em grande.
Este ano é que é Cajó, tudo bem consigo? Vai aparecendo mais trabalho? Da última vez que o vi você estava um bocado aflito.
Vai dando p’ra desenrascar, o pessoal continua sem guito, só pedem cenas pequenas e só mesmo o que tem de ser.
Pois é a coisa anda mal.
Anda mal p’ra mim. Há aí bacanos que se safam bem. Tá a ver aquele que agora foi dentro, o gajo das sucatas. Parece que tá cheio da massa e oferecia Mercedes e tudo p’ra arranjar negócios. Eu ouvi na TVI e a minha Odete contou-me o resto. O man era só esquemas e cegadas mas é sempre a mesma cena. O gajo já ganhou o dele, deve tar bem guardadinho lá para fora e um destes tá lá a gozar a vida.
Pode ser que não Cajó.
Tá a brincar comigo, eu também ando aqui na sucata e não ganho para kitar o Punto, queria meter-lhe umas jantes bué da loucas que o Tózé me sacava com desconto a um bacano conhecido dele e não posso. Mas se arranjar algum caldinho a bófia aparece logo e tou feito. Os gajos de cima safam-se sempre. Eu acho é que isto tá tudo na sucata, só que uns safam-se e outros não. Pá agora tenho que ir mudar umas pastilhas ao Corsa daquele chavalo, senão você ia mas era chegar-se à frente e pagar uma mine.
Fica para a próxima Cajó.

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