AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 11 de outubro de 2009

APELO DE CIDADÃO ELEITOR

Lamento, mas nem o trágico incidente em Ermelo, Mondim de Basto, me leva a suspender o veemente apelo que aqui apresento dirigido à classe política portuguesa, de todos os quadrantes e em todos os patamares.
Assim, apelo vivamente aos senhores integrantes da classe política que em dia de eleições evitem produzir comentários como “queria felicitar o povo português pela forma tranquila como está a decorrer, ou decorreu, o acto eleitoral”, “quero registar a normalidade que o povo português evidencia no cumprimento do seu dever cívico”, “os cidadãos mais uma vez mostram a sua maturidade democrática” ou ainda “o acto eleitoral está a decorrer com toda a normalidade em todo o território”. Considero afirmações desta natureza um insulto à esmagadora maioria dos cidadãos eleitores em Portugal. Que diabo pensam de nós, para se surpreenderem com a “normalidade” do nosso comportamento”. Então não é de esperar que participar num acto eleitoral seja algo de normal e tranquilo?
Lembro-me aqueles pais e professores que ao falarem de miúdos comentam de imediato “e até se portam bem”, como se o comportamento adequado seja uma surpresa e a excepção. Como se dizia no PREC, “repudio veementemente tais afirmações”.
Já agora, nós, os cidadãos que votamos, ou não, com normalidade democrática, gostávamos de poder comentar as campanhas dos políticos dizendo que tudo decorreu com a elevação, sentido ético e de esclarecimento normais. Mas não, existem sempre os insultos, a demagogia, a trafulhice nas ideias e nas promessas, a falta de esclarecimento e debate sério, etc.
A actividade política das lideranças é que não decorre com a normalidade e tranquilidade democráticas. Não tratem os cidadãos como gente incapaz e de quem sempre se espera o pior.

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