Felizmente que parte da comunicação social não se centra exclusivamente na pequena e média cena política. O JN apresenta um trabalho sobre uma questão que com frequência refiro no Atenta Inquietude, o tempo excessivo que muitas crianças passam nas instituições educativas, sobretudo a propósito do que acontece no âmbito da iniciativa Escola a Tempo Inteiro. A peça refere-se a creches, portanto, aos mais pequenitos e a situações em que as crianças passam 11 ou 12 horas na instituição. O trabalho contém opiniões de profissionais ligados à infância que alertam para alguns riscos designadamente na fragilização das relações familiares, na construção de uma percepção de abandono e os decorrentes da eventual falta de qualidade no trabalho de algumas instituições, levando, por exemplo, a que algumas crianças passem demasiado tempo num berço sem estímulo ou interacção.
Com o estilo de vida que genericamente assumimos, com a precarização das relações laborais e os níveis de desemprego atingidos que “obrigam” à aceitação de más condições e à diminuição de direitos, estas situações tendem a aumentar. Existem já creches com horários alargadíssimos, encerrando muito tarde ou abrindo muito cedo.
É óbvio que a esmagadora maioria dos pais não escolhe colocar dos filhos nestas condições, pelo contrário, muitos incomodam-se, não gostam, mas não têm alternativa.
É por isso que precisamos de ter cautela com os discursos produzidos sobre questões deste tipo para não sublinhar um sentimento de culpa que muitos pais sentem.
À semelhança do que se passa noutros países urge que comecemos a equacionar outros modelos de organização do trabalho, flexibilizando, quando possível, os horários, ainda excessivamente concentrados. Podemos pensar em respostas mais informais na comunidade, menos institucionalizadas, recorrendo, por exemplo, a gente sénior, os idosos, que com supervisão poderiam acompanhar as crianças pequenas com vantagens para ambos.
Não temos que aceitar condenar as crianças logo de muito novos a passar 12 horas por dia numa instituição, podemos explorar outros caminhos de compatibilização entre a qualidade de vida dos miúdos e as necessidades profissionais dos pais. Mas temos de querer.
Com o estilo de vida que genericamente assumimos, com a precarização das relações laborais e os níveis de desemprego atingidos que “obrigam” à aceitação de más condições e à diminuição de direitos, estas situações tendem a aumentar. Existem já creches com horários alargadíssimos, encerrando muito tarde ou abrindo muito cedo.
É óbvio que a esmagadora maioria dos pais não escolhe colocar dos filhos nestas condições, pelo contrário, muitos incomodam-se, não gostam, mas não têm alternativa.
É por isso que precisamos de ter cautela com os discursos produzidos sobre questões deste tipo para não sublinhar um sentimento de culpa que muitos pais sentem.
À semelhança do que se passa noutros países urge que comecemos a equacionar outros modelos de organização do trabalho, flexibilizando, quando possível, os horários, ainda excessivamente concentrados. Podemos pensar em respostas mais informais na comunidade, menos institucionalizadas, recorrendo, por exemplo, a gente sénior, os idosos, que com supervisão poderiam acompanhar as crianças pequenas com vantagens para ambos.
Não temos que aceitar condenar as crianças logo de muito novos a passar 12 horas por dia numa instituição, podemos explorar outros caminhos de compatibilização entre a qualidade de vida dos miúdos e as necessidades profissionais dos pais. Mas temos de querer.
Obrigado pela sua janela que dá acesso ao mundo e me faz ver com mais clareza.
ResponderEliminarAgradeço-lhe a gentileza e a generosidade do comentário, apareça e contribua, o mundo vai ficando, esperemos, com cores mais claras
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