AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

UM HOMEM CHAMADO SEM JEITO

Era uma vez um homem chamado Sem Jeito. Foi nome que lhe deram desde pequeno, tudo o que tinha de fazer não o fazia da melhor forma, era assim, sem jeito, pois claro.
A passagem do Sem Jeito pela escola foi complicada, logo de início os professores acharam que iria ter algumas dificuldades. Em todas as matérias e durante o tempo que andou na escola os resultados foram muito baixos, próprios de um Sem Jeito para a escola, como diziam os professores.
Nunca lhe foram conhecidos muitos amigos. O Sem Jeito achava que não tinha grande jeito para lidar com os outros.
Quando adulto e uma vez só, só continuou, a viver numa casa da qual cuidava sem grande jeito e desempenhava um trabalho simples tranquilo, adequado a quem não tinha um jeito particular para coisa alguma.
Já velho, sem jeito para se cuidar, à semelhança do que acontece a muitos velhos, foi para um lar que de lar pouco tinha e onde o Sem Jeito se sentia ainda mais sem jeito para viver o resto da vida que lhe estava guardada.
Um dia, tranquilamente, recusou-se a acordar. Umas pessoas comentaram, ”isto é que é um fim de jeito”. Pela primeira vez, alguém achou que o Sem Jeito tinha feito alguma coisa de jeito.

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