AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 21 de julho de 2009

AFINAL, O QUE É QUE SE PRETENDE?

É frequente afirmar-se que as reformas substantivas em política, independentemente das áreas sectoriais, não podem, não devem, ser realizadas contra os profissionais dessas áreas mas com os profissionais dessas áreas, mas envolvendo-os. A experiência em Portugal tem mostrado isso mesmo. Desde cedo se percebeu que a estratégia política do ME, bem como a incompetência do Modelo de Avaliação e de alguns aspectos do Estatuto da Carreira Docente, teria como consequência óbvia o desencadear de uma fortíssima reacção por parte dos professores que ultrapassou claramente o movimento sindical, lembremo-nos das megas manifestações. O ME escudado no enunciado “perdi os professores mas ganhei a opinião pública” encontrou a base social para prosseguir, simplexificando, a linha política definida. A situação agrava-se com todos os actores políticos, designadamente, a partidocracia, a envolver-se e a utilizar esta situação para a sua agenda política.
Com o cenário assim estabelecido, ME inamovível e intransigente, os representantes dos professores com igual atitude e uma opinião pública favorável ao ME, parecia-me, já aqui o disse repetidamente, que era importante que os representantes dos professores se dirigissem às famílias, aos cidadãos em geral, mostrando a bondade das suas posições, demonstrando os erros claros da política do ME e, sobretudo, mostrando e divulgando as suas propostas alternativas de forma a que o cidadão não tivesse a menor das dúvidas de que os professores querem ser avaliados, justa e correctamente avaliados e de que forma entendem que isso deve ser feito.
No entanto, lamentavelmente, do meu ponto de vista, a Fenprof apenas clama pela suspensão do famoso Modelo, que seja nulo o resultado do que foi feito e, fico perplexo, não entende com necessário apresentar a sua proposta de avaliação o que, de facto, não consigo entender.
Creio que assim, os professores, e por tabela a comunidade, ficarão em piores circunstâncias e sem o apoio social que a sua intervenção profissional exige, confiança e credibilidade.

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