O indecoroso e inaceitável episódio da substituição do Provedor de Justiça, Nascimento Rodrigues, cujo mandato expirou há cerca de um ano, é um exemplo bem ilustrativo da actual forma de fazer política à portuguesa, o reino do que eu aqui costumo designar por Portugal dos Pequeninos. De facto, esta história elucida-nos sobre a forma como os partidos, sobretudo os que governam ou aspiram governar, respeitam as instituições, neste caso a Provedoria de Justiça, instituição de somenos. Elucida-nos também como hipotecam o cumprimento de processos e prazos legais às suas conveniências, os conhecidos interesses partidários de ocasião. Elucida-nos também sobre a irresponsabilidade das suas lideranças que, olimpicamente, desprezam o efeito que episódios deste tipo têm na já ultra desgastada representação sobre os políticos. Elucida-nos também sobre a maturidade e seriedade política das lideranças partidárias envolvendo-se em querelas birrentas e infantis de meninos mimados e mal-educados sobre quem tem a culpa.
Finalmente, parece também claro, que episódios desta natureza, são excelentes contributos para a desmobilização da participação cívica dos cidadãos, fazendo, por exemplo, crescer a abstenção. Curiosamente e com a maior hipocrisia, estes partidos vêm apelar à participação do cidadão, em nome de quê?
Finalmente, parece também claro, que episódios desta natureza, são excelentes contributos para a desmobilização da participação cívica dos cidadãos, fazendo, por exemplo, crescer a abstenção. Curiosamente e com a maior hipocrisia, estes partidos vêm apelar à participação do cidadão, em nome de quê?
Abster-se ou votar branco/nulo é o maior engano: é o mesmo que votar Sócrates.
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