AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

segunda-feira, 4 de maio de 2009

A TERRA DO LOGO SE VÊ

Existe uma vez uma terra pequena à beira do mar grande que se chama Logo se Vê. É uma terra muito engraçada. A maioria das pessoas que por lá vivem nunca dá respostas definitivas ou convictas às questões, intenções ou inquietações com que se defrontam. Nunca dizem sim ou não, vou fazer isto ou aquilo, vai ser assim ou de outra qualquer maneira. A formulação acaba sempre num prudente “logo se vê”.
Numa breve passagem pelo dia a dia, alguns exemplos, “isto arranja-se assim e depois logo se vê”, “vou votar nestes gajos e depois logo se vê”, “para já tome isto e depois logo se vê”, “tenho que me safar de alguma maneira e depois logo se vê”, “vou estudar alguma coisa e depois logo se vê”, “não mereces, mas passas e depois logo se vê”, “não há dinheiro para tudo, mas compra, depois logo se vê”, “as nossas previsões são estas, mas com a crise logo se vê”, “faz-se a lei assim e já, depois logo se vê”, “sei lá o dia de amanhã, depois logo se vê”, “não sei muito bem o que fazer, depois logo se vê” e muitos outros exemplos podem encontrar-se na terra do Logo se Vê.
Até a própria terra tem tentado, vai para mais de 800 anos, ser uma terra, umas vezes parece conseguir, outras, logo se vê.

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