AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

ENTRE ESPINHO E BRUXELAS

Na estratégia habitual, sempre que uma figura da oposição opina, salta o Malhador-mor, Santos Silva, para defender o chefe. Fica-lhe bem e assegura a continuidade do lugarzinho. Manuela Ferreira Leite manifestou-se fortemente contra a ideia de José Sócrates faltar a uma cimeira europeia em Bruxelas para ficar no encerramento do Congresso do PS em Espinho. Diz a senhora que é o tipo de reunião que “até com 40º de febre” se deve comparecer. Como-lhe é peculiar, a argumentação é de fino recorte e a posição tomada inscreve-se, naturalmente, na disputa partidária que, considerando os partidos em questão, nas mais das vezes é irrelevante e pouco estimulante e esclarecedora para o cidadão comum. Como creio que estaremos de acordo a presença de José Sócrates em Bruxelas é, em bom rigor, de pouca importância pois, o quer que seja discutido e decidido depende nada da presença do Primeiro-ministro português.
O que acho mais importante é a forma como o Malhador-mor justifica a decisão do Chefe. Diz o rapaz que sendo os partidos os pilares fundamentais da democracia entende-se a opção pelo Congresso. A verdadeira e preocupante questão é que os partidos, mais do que pilares da democracia, na verdade instituíram um sistema que os tornou Donos da democracia. Compreende-se assim que o Engenheiro dê particular atenção à gestão do Partido, e, em termos práticos, considere a presença em Espinho mais importante que em Bruxelas.

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