Um estudo desenvolvido pela Escola Superior de Saúde de Viseu vem dizer que a maioria dos estudantes universitários inquiridos, 52,4%, realiza auto-medicação, ou seja, toma medicamentos sem orientação médica. Em primeiro lugar, deve dizer-se que os resultados, apesar de não os conhecermos na totalidade, não surpreenderão uma vez que este comportamento é uma prática generalizada dos portugueses, tornando-nos num dos países mais consumidores de medicamentos. O que me parece mais relevante, é o facto de se tratar de uma população com nível de preparação bem acima da média e, ao que parece, a formação escolar e melhor nível de informação geral não serem suficientes para alterar comportamentos de risco. Isto é tanto mais curioso quando, de acordo com o estudo, são exactamente os estudantes de ciências da saúde que mais recorrem à auto-medicação.
Um outro aspecto que me parece curioso remete para eventuais causas deste consumo excessivo. Referem os autores que poderão ligar-se a estilos de vida, stress, esforço intelectual devido à actividade académica e a uma “activa” vida nocturna. Não entendi muito bem se estas causas foram referidas pelos inquiridos, se são sugeridas pelos autores do estudo, embora a referência no Público direccione para esta última. Em todo o caso, parece-me arriscado sugerir que o excesso de consumo de medicamentos por parte de estudantes universitários possa ser “explicado” pelo stress e esforço intelectual. Em termos gerais, haverá sempre excepções, o esforço intelectual e o trabalho actualmente exigido à esmagadora maioria dos estudantes universitários, sendo significativo, não é, de forma alguma, justificativo do recurso a medicamentos para ser enfrentado.
Continuo convencido que devemos procurar as causas na falta de informação e na cultura instalada de que, ao mínimo desconforto, tenho que tomar qualquer coisa que alivie. No fundo, trata-se do problema geral e de valores actuais sobre a forma como (não) lidamos e (não) queremos lidar com as dificuldades.
Um outro aspecto que me parece curioso remete para eventuais causas deste consumo excessivo. Referem os autores que poderão ligar-se a estilos de vida, stress, esforço intelectual devido à actividade académica e a uma “activa” vida nocturna. Não entendi muito bem se estas causas foram referidas pelos inquiridos, se são sugeridas pelos autores do estudo, embora a referência no Público direccione para esta última. Em todo o caso, parece-me arriscado sugerir que o excesso de consumo de medicamentos por parte de estudantes universitários possa ser “explicado” pelo stress e esforço intelectual. Em termos gerais, haverá sempre excepções, o esforço intelectual e o trabalho actualmente exigido à esmagadora maioria dos estudantes universitários, sendo significativo, não é, de forma alguma, justificativo do recurso a medicamentos para ser enfrentado.
Continuo convencido que devemos procurar as causas na falta de informação e na cultura instalada de que, ao mínimo desconforto, tenho que tomar qualquer coisa que alivie. No fundo, trata-se do problema geral e de valores actuais sobre a forma como (não) lidamos e (não) queremos lidar com as dificuldades.
OOps, espero que os inquiridos não tenham sido os estudantes de medicina...
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