AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O MISTÉRIO DOS TROPEÇÕES

No mundo dos miúdos e dos graúdos e das relações que estabelecem entre si, acontecem situações que, por vezes, me parecem inexplicáveis. Na tentativa de encontrar junto de vós ajuda para entender tais situações, apresento-vos uma delas. Quando em nossas casas, nos contextos familiares, os miúdos pequenos mostram e fazem as suas tentativas de se desenvolverem, por exemplo quando estão a aprender a andar ou falar, observam-se alguns tropeções e embaraços com os sons e palavras. De uma forma geral, os adultos por perto brincam e riem-se com estes incidentes, os miúdos também, e, tranquilamente, continuam a tentar fazer melhor o que, obviamente, acabam por conseguir. Tudo bem. Uns tempinhos mais tarde, os miúdos vão para a escola e começam a aprender as coisas que a escola tem guardadas para lhes ensinar, por exemplo, a ler e a escrever. Como é de prever, as tentativas dos miúdos para ler e escrever não resultam logo, verificam-se alguns enganos e tropeções. É aqui que justamente surge o mistério. É que, contrariamente à situação anterior, muitos dos adultos da escola não brincam e não riem com os miúdos a propósito destes enganos e tropeções. Põem um ar muito sério e sublinham “está errado”. Existem miúdos que se assustam quando, repetidamente, lhes dizem de cara séria, “erraste”. Devagarinho, deixam de querer experimentar fazer, não querem correr o risco de “errar”. Não experimentando, não vão aprender, passam a preguiçosos e desmotivados. Alguns até acedem ao estatuto de alunos com dificuldades.
Têm alguma explicação que me ajude a entender esta diferença de atitudes?

2 comentários:

  1. Não sou muito cosmopolita. Nem viajado. Desconheço o que se passa noutros locais, pedagogicamente falando. Mas no círculo regional onde me situo, e que não é difícil extrapolar para a realidade nacional, a explicação é simples e dada em dois passos:

    1 - Quando chegam aos dezassete anos, as pessoas já não se lembram do que fizeram e sentiram quando tinham oito.

    2 - Quando chegam a adultos (conceito lato, aqui entendido como ter responsabilidades de maior de idade), a maior parte das pessoas acha que nasceu de geração espontânea e já com, pelo menos, 24 anos.

    Cumprimentos.

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  2. Todas as quintas feiras, os alunos de uma turma do 11º ano do Curso Profissional de Animadores Socioculturais desenvolvem, no espaço da Biblioteca da nossa escola, uma actividade a que decidiram chamar "Livros Mágicos". O principal objectivo é divulgar livros que eles próprios escolhem e apresentá-los de forma original a alunos do Pré-escolar e do 1º ciclo do nosso Agrupamento. Ao mesmo tempo que despertam a curiosidade, desenvolvem no seu público-alvo o gosto pela leitura. Hoje era um grupo de alunos do 3º ano (1º ciclo). Entraram como que a medo, um pouco inibidos, mas em breve já estavam a participar alegremente na exploração do livro. "Sabem para onde desaparece o arco-iris?", "Porque é que há nuvens cinzentas?", "Será que um dia vamos viajar até às estrelas?" foram algumas das questões levantadas pelas dinamizadoras e que, a pouco e pouco, provocaram a participação de todos os meninos. "Vamos lá, nós sabemos que todos vocês têm uma opinião sobre estas coisas, não tenham medo de responder menos certo...".Para o bom ambiente também muito contribuiram os restantes alunos daquela turma de 11º ano que, com as suas respostas propositadamente divertidas provocavam o riso dos mais pequeninos, aumentando o desejo de participarem, mostrando os seus conhecimentos. Foram 45 min muito divertidos, findos os quais já havia crianças que perguntavam: e à tarde, a que horas voltamos?

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