AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

terça-feira, 14 de outubro de 2008

UM HOMEM CHAMADO QUALQUER COISA DE DIFERENTE

Era uma vez um homem chamado Qualquer Coisa de Diferente. Sempre assim foi tratado. Desde pequeno, ainda na escola, sentia que as pessoas olhavam e pensavam, lá está o Qualquer Coisa de Diferente. Foi-se habituando a este comportamento e as pessoas também se acostumaram ao Qualquer Coisa de Diferente. Sempre que ele entrava em algum lado, havia alguém que olhava discretamente e notava o Qualquer Coisa de Diferente. O mais curioso disto tudo é que ninguém, alguma vez, tinha percebido com clareza a justificação do nome. Era apenas o Qualquer Coisa de Diferente.
Um dia, havia uma festa no parque que envolvia velhos, menos velhos e novos e que estava muito animada. Chegou o Qualquer Coisa de Diferente e, como de costume, recebeu aqueles olhares que nos habituamos a deitar a Qualquer Coisa de Diferente. Alguém no grupo comentou, mais uma vez, não perceber o que tornava aquele homem, um Qualquer Coisa de Diferente. Um miúdo que estava por ali a brincar achou por bem dar uma explicação.
Aquele homem chama-se assim porque não há mais ninguém igual a ele. Vocês pensam que são iguais mas também têm qualquer coisa de diferente, não é só ele. Por isso, o meu nome é João, mas, na verdade, também me chamo Qualquer Coisa de Diferente Qualquer, como toda a gente.

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