Segundo o Alto-Comissariado da Saúde, que designação, o consumo de antidepressivos em Portugal continua a aumentar sendo cerca de três vezes superior à média da União Europeia. Como não? Vejamos. De há uns tempos para cá os discursos políticos intoxicaram-se de referências ao termo deprimido. Referem-se regiões deprimidas, concelhos deprimidos, o país deprimido, etc. Se se lembrarem de discursos do Dr. Jorge Sampaio, recordarão as suas constantes referências ao estado deprimido do país, inteiro ou por partes. Para além esta influência do léxico político, é de considerar um conjunto de outros factores que, certamente, poderão contribuir para um estado de alma que justifica o recurso a antidepressivos. A título de exemplo e sem ordenar, não é fácil suportar, simultaneamente, o silêncio de Santana Lopes e o de Ferreira Leite. O apagamento do hiperactivo Dr. Portas, o Paulo. Ouvir as intervenções dos Ministros Mário Lino e Manuel Pinho. Assistir a 258 cerimónias referentes ao Programa Novas Oportunidades. Suportar o preço dos combustíveis e ser informado que só a subida é que depende do preço do petróleo, a descida não. Assistir ao recomeço do ano parlamentar e levar com um discurso do Dr. Bernardino Soares ou com uma homilia do Dr. Louçã. Ouvir as patéticas intervenções públicas do Dr. Menezes. Ver a defesa do Benfica a jogar. E … desculpem, tenho de acabar. Onde é que eu guardei o Prozac?
Actualmente o país está no estado depressivo... e eu estava capaz de apostar que se aproxima um de grande euforia... Quando é que é o próximo Campeonato Europeu/Mundial de Futebol?
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