AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

O PRIMEIRO DIA DO RESTO DA VIDA DELES

No texto anterior, escrito ontem à noite, referia-me ao facto de, a propósito do arranque do ano lectivo e das incidências da educação, se ouvir toda a gente menos os miúdos. Pois o Público de hoje foi justamente ouvir miúdos que vão começar o seu primeiro ano de escolaridade. Fiquei satisfeito de os ler. Como afirmei no texto, a experiência diz-nos que a esmagadora maioria das crianças e jovens, independentemente até do maior ou menor sucesso do seu trajecto educativo, têm ideias relativamente claras sobre a escola, a sua função e a sua importância, como aliás se evidencia no trabalho do Público. Por isso se torna imprescindível que o começo seja positivo. Reparem. Quando uma experiência afectiva corre mal, podemos recomeçar e tentar uma nova experiência que nos torne mais felizes. Quando uma experiência profissional não corre bem, podemos sempre tentar alterar a situação profissional e procurar noutro contexto a nossa realização. Quando nos desgosta a nossa habitação, podemos tentar, se pudermos, trocar a habitação e procurar aquela casa que nos satisfaz. Isto para dizer que em variadíssimos aspectos importantes da nossa vida, quando algo começa ou está mal, podemos sempre recomeçar e tentar uma experiência positiva.
Pois bem, a entrada na escola é das poucas coisas irrepetíveis, ou seja, quando corre mal o processo de entrada na vida escolar, não podemos dizer, vais experimentar entrar de novo na escola que agora vai correr bem. A experiência anterior fica registada, as crianças reagirão de forma diferente, mas fica claramente comprometida a possibilidade do sucesso.
Nesta perspectiva, relembrando o Sérgio Godinho, sendo hoje o primeiro dia do resto da vida deles, temos todos, a enorme responsabilidade de fazermos tudo para que comecem bem.

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