Era uma vez um Homem que sabia tudo, de tudo. As pessoas acreditavam, parecia. Discutia-se qualquer assunto na televisão e o Homem aparecia a ensinar o que todos deviam saber e pensar sobre isso. Se aparecesse uma dúvida sobre o que quer que fosse, o Homem compunha aquele ar de sábio que só ele tinha e esclarecia. Não havia jornal que não citasse o Homem que sabia tudo a propósito de qualquer coisa. Não havia, pois, um dia em que o Homem que sabia tudo não aparecesse a ensinar. Vivia feliz de tão sábio e de tão ouvido. Estava sempre só porque o tempo, todo o tempo, que tinha era para tentar saber mais. As pessoas que se cruzavam com ele nem ousavam dirigir-lhe a palavra com medo de tanto saber. Só um Rapaz, com o atrevimento ingénuo que a idade cura, falava para o Homem que sabia tudo.
Chamava-lhe, “Fala só”. Era a única vez que o Homem que sabia tudo não ensinava alguém.
Chamava-lhe, “Fala só”. Era a única vez que o Homem que sabia tudo não ensinava alguém.
Há, por aí, tantos homens iguais a esse, que sabem tudo, ou melhor que julgam saber de tudo! Já repararam como eles sabem de política, de futebol, de religião, de passagens de modelos, de literatura, dos restaurantes que nunca deviam permitir a entrada de crianças ou de pais que nunca deveriam levar as suas criancinhas aos ditos restaurantes? Benditos homens que julgam de tudo saber, porque deles é o reino dos céus!
ResponderEliminarEu entendo perfeitamente e até gosto de ouvir, ler ou ver os "PERCEBEM DE TUDO".
ResponderEliminarAcho que desenvolvi o DOM de saber por mim próprio, quando as mentiras já nascem absolvidas.
Apenas no fim levanto os olhos para o céu e digo: PAI, PAI, POR QUE ME ABANDONASTE?
Saudações