Os dados do INE evidenciam a tendência que se tem vindo a instalar, contendo, de inédito, o crescimento natural negativo, ou seja, o número de nascimentos é inferior ao número de mortes, o que acontece pela primeira vez desde que existem registos. Este fenómeno, não é um exclusivo português, mas de parte significativa do mundo mais desenvolvido. Para além do que a excelente peça do Público refere, parece-me de sublinhar a relação entre esta situação e os modelos de desenvolvimento que temos “sofrido” de há décadas para cá, que se acentua com a hiper-competitividade das ideias mais extremistas do liberalismo económico.
A tentativa de reequilibrar esta situação de envelhecimento, sem a dependência exclusiva da emigração e para além do óbvio conselho de Pedro Abrunhosa, “talvez f…”, remete, é minha convicção, para três grandes eixos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais imprescindível e urgente que consigamos da forma mais generalizada possível alterar os modelos de organização do trabalho, introduzindo, por exemplo e quando possível, níveis de flexibilização na gestão das cargas horárias de forma a compatibilizar mais facilmente a vida familiar com a vida profissional. Em segundo lugar, parece-me necessário aprofundar e alterar as políticas de apoio e incentivo à natalidade. Provavelmente, mais importante que subsídios atribuídos durante os primeiros anos de vida para o segundo, terceiro filho, ou os “abonos de família” já institucionalizados seriam os benefícios fiscais devidamente aprofundados e presentes ao longo da vida. Finalmente, precisamos todos, com a maior das urgências, de reconstruir níveis de confiança e optimismo face ao futuro que, na sua falta, minam o potencial efeito de qualquer conjunto de medidas. Esta é a mudança mais difícil mas, simultaneamente, a mais importante e a que tem que nos envolver a todos e não apenas os jovens casais em início de vida familiar.
A tentativa de reequilibrar esta situação de envelhecimento, sem a dependência exclusiva da emigração e para além do óbvio conselho de Pedro Abrunhosa, “talvez f…”, remete, é minha convicção, para três grandes eixos. Em primeiro lugar, torna-se cada vez mais imprescindível e urgente que consigamos da forma mais generalizada possível alterar os modelos de organização do trabalho, introduzindo, por exemplo e quando possível, níveis de flexibilização na gestão das cargas horárias de forma a compatibilizar mais facilmente a vida familiar com a vida profissional. Em segundo lugar, parece-me necessário aprofundar e alterar as políticas de apoio e incentivo à natalidade. Provavelmente, mais importante que subsídios atribuídos durante os primeiros anos de vida para o segundo, terceiro filho, ou os “abonos de família” já institucionalizados seriam os benefícios fiscais devidamente aprofundados e presentes ao longo da vida. Finalmente, precisamos todos, com a maior das urgências, de reconstruir níveis de confiança e optimismo face ao futuro que, na sua falta, minam o potencial efeito de qualquer conjunto de medidas. Esta é a mudança mais difícil mas, simultaneamente, a mais importante e a que tem que nos envolver a todos e não apenas os jovens casais em início de vida familiar.
E não será bom?
ResponderEliminarEstou aqui a pensar no assunto e como todos os assuntos existem sempre duas faces da questão, porque será quando o assunto é natalidade se fala sempre no lado mau da questão, não é mais que evidente que o grande problema do planeta terra é o excesso populacional, se assim é deveriamos estar todos muito contentes por não ser necessário impor medidas de controlo tipo chinês, e a população estar a diminuir naturalmente. Mesmo assim ainda considero que o governo deveria inverter as politicas e penalizar quem tivesse mais que um filho. Pois considero que essa ideia peregrina de "renovação de gerações" não tem cabimento, em algum momento na história as gerações não só se renovaram como excederam largamente a renovação, não faço a minima ideia mas a população portuguesa já foi, por exemplo metade do que é agora e não veio nenhum mal ao mundo... a questão "quem irá pagar as pensões e os cuidados de saúde a que essas pessoas têm direito?". Assim, insiste, fica claro que "sai muito mais barato investir na natalidade do que depois arcar com as despesas de uma população fortemente envelhecida"", voltamos a falar economicistamente e não no bem estar do planeta....
Creio que o governo não deveria penalizar quem tivesse mais que um filho principalmente se ele forem feitos com carinho.
ResponderEliminarCreio também que os filhos das amantes não deveriam contar.
Lembro apenas que um carneiro com óculos é sempre um carneiro, mesmo que seja burro.
Abraço
A.C.