A escola onde eu andei, tal como as escolas daquele tempo, tinha um muro baixinho que nos dizia, ao entrar, onde acabava a rua e começava a escola e, ao sair, onde acabava a escola e começava a rua. Também havia outro muro baixinho a dizer onde acabava o espaço das raparigas e começava o dos rapazes. Tenho para mim que estes muros eram baixinhos para permitir que a gente, alguns de nós, os saltasse. Com o tempo, foram acabando os murinhos que nos separavam das raparigas mas os muros à volta da escola foram crescendo. Hoje as escolas têm muros bem altos ou redes bem fortes. Algumas já têm videovigilância, polícias à porta e auxiliares recrutados entre antigos polícias. Chamam-lhe Escola Segura.
Só não percebo bem é se este dispositivo todo é para evitar que os putos entrem, ou, pelo contrário, para evitar que os putos saiam.
Só não percebo bem é se este dispositivo todo é para evitar que os putos entrem, ou, pelo contrário, para evitar que os putos saiam.
Não será, certamente, para que os putos se sintam na escola como em casa. Ou será que é? Ou será que não deve ser? Ou será que não pode? OU será...? Bolas! Que confusão!
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