Existe em Portugal e, naturalmente, para os portugueses uma entidade mítica e indefinível, omnipotente e omnipresente que tudo explica, tudo sabe e de tudo é responsável. Essa entidade liga-se fundamentalmente ao que de menos positivo nos acontece ou fazemos. Não, não estou a falar de uma entidade divina, estou a falar de algo mais complexo, se assim se pode dizer. Estou a referir-me a “ELES”. Se bem repararem, “ELES” estão absolutamente enraizados nos nossos discursos quotidianos. Apenas alguns exemplos. “Só querem o deles”, “Eles é que mandam”, “A culpa é deles”, “Eles querem assim, a gente faz”, “Eles apanham-se lá e estão-se nas tintas”, “Eles não fazem nada”, “Eles aumentam tudo”, “Isso é que era bom, faço como eles, que se lixe”, “Eles só fecham coisas”, “Eles só falam”, “Eu fazer mais? Façam eles”, “Eles têm grandes ordenados e depois não chega para a gente”, “Eles dão maus exemplos querem que a gente faça o quê?”, “Eles estão cheios dele e a malta na miséria”. “Eles pensam que somos parvos”, etc. etc.
O mais curioso, é que quando se tenta perceber sobre quem objectivamente estamos a falar, parece que se trata de todos menos de mim, ou seja, é sobre ELES. E assim explicamos a nossa vidinha.
PS – Por vezes, a referência a “ELES” é substituída por “OS GAJOS” o que empresta uma natureza mais popular aos discursos.
O mais curioso, é que quando se tenta perceber sobre quem objectivamente estamos a falar, parece que se trata de todos menos de mim, ou seja, é sobre ELES. E assim explicamos a nossa vidinha.
PS – Por vezes, a referência a “ELES” é substituída por “OS GAJOS” o que empresta uma natureza mais popular aos discursos.
Eles não sabem que o sonho
ResponderEliminaré uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer
Abraço
A.C.