O fim-de-semana no meu Alentejo foi um bocado carregado de trabalho. Exceptuando um bocado de terra fabricada com o escarificador, que sempre se torna mais leve graças ao tractor, tratou-se de limpar oliveiras, de machado e motosserra, e traçar a lenha para a lareira ou para a queima das sobras. O meu companheiro de lida, o mestre Zé Marrafa, pertence a uma geração em que as preocupações com a segurança no trabalho são uma modernice sem grande importância porque os acidentes só acontecem a quem não sabe, ou seja, aos outros. Depois de cá de baixo “fazer o desenho”, vê-lo a trabalhar em cima da árvore a manejar a motosserra assusta-me pelo risco e espanta-me pela estratégia e tranquilidade.
No fim da tarde de sábado estávamos os quatro nas lérias, (eu o mestre Zé e duas cervejas), e a conversa, naturalmente, encaminhou-se para o trabalho e a pouca vontade que desperta em alguns. O mestre Zé lembrou-se de uma “anadota” que lhe tinham contado, “Um viajante queria chegar a Portugal mas como não conhecia a extrema não sabia quando é que já lá estaria. Um companheiro mais andado disse-lhe que fosse andando e quando visse um homem a trabalhar e cinco a olhar tinha chegado a Portugal”. Dito de outra maneira, o mestre Zé afirma que há pessoas que nascem com as mãos fechadas e nunca as abrem para não terem de agarrar numa ferramenta. Noutra versão, diz o mestre Zé que há uns companheiros que quando ouvem dizer “vamos” dão logo um passo às arrecuas. Mas isto foi a má-língua das lérias.
No fim da tarde de sábado estávamos os quatro nas lérias, (eu o mestre Zé e duas cervejas), e a conversa, naturalmente, encaminhou-se para o trabalho e a pouca vontade que desperta em alguns. O mestre Zé lembrou-se de uma “anadota” que lhe tinham contado, “Um viajante queria chegar a Portugal mas como não conhecia a extrema não sabia quando é que já lá estaria. Um companheiro mais andado disse-lhe que fosse andando e quando visse um homem a trabalhar e cinco a olhar tinha chegado a Portugal”. Dito de outra maneira, o mestre Zé afirma que há pessoas que nascem com as mãos fechadas e nunca as abrem para não terem de agarrar numa ferramenta. Noutra versão, diz o mestre Zé que há uns companheiros que quando ouvem dizer “vamos” dão logo um passo às arrecuas. Mas isto foi a má-língua das lérias.
LÉRIAS DO POVO são mensagens, umas vezes de esperança outras de desanimo.
ResponderEliminarFoi o que de melhor fez António Aleixo!
SOLTAS
Não mais vem, como desejo,
Um mundo novo, perfeito;
Só fechando os olhos, vejo
Tal desejo satisfeito...
Rouba muito que, de resto,
Terás um bom advogado
Que prova que és mais honesto
Que propriamente o roubado.
Faz-te lobo traiçoeiro,
Inteligente e astuto...
Se dás a ver que és cordeiro,
Não vives mais um minuto.
Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que burrice é uma ciência!
Qual é o Deus que autoriza,
Ao rico, mil esplendores,
E aos pobres trabalhadores,
Nem pão, nem lar, nem camisa?...
Manda, para quem não precisa,
O oiro, a prata e os cobres,
Palácios, honras de nobres!...
E eu, triste farrapo humano,
Julgo esse Deus um tirano,
Que não faz caso dos pobres!
O padre não mostra côr
Política na contenda:
É apenas o defensor
Do governo que o defenda.
Se os homens de um Deus precisam,
Não me deixa satisfeito
O que os padres utilizam
Apenas em seu proveito.
Quem tem massa é cavalheiro,
Por isso a vida anda torta.
O que importa é ter dinheiro,
Donde ele vem não importa.
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Por hoje já TORREI suficientemente
a paciência de quem caiu na armadilha...
Poe isso... as minhas desculpa!!!
Saudações