Desta vez não resisti. Acabou a minha ligação diária em papel com o Público. Durava só desde o primeiro dia de publicação do jornal. Foi um companheiro interessante e uma boa ajuda para espreitar o mundo. A minha relação começou a abanar com direcção de José Manuel Fernandes, homem que sabendo pouca coisa, opina sobre tudo com a maior das arrogâncias, a da ignorância. Será uma questão de equilíbrio, para um José Sócrates arrogante, um J. Manuel Fernandes mais arrogante, estamos no tempo dos arrogantes. Lembro-me ainda da forma discreta como tratou a enorme e indesculpável barraca da manchete sobre a vitória de Hugo Chavez no referendo na Venezuela que afinal era uma clara derrota. Um pormenor.
O episódio final, a gota de água, que ditou a minha atitude prende-se com a recente investigação das antigas actividades do Eng. Sócrates antes e na altura em que começou a carreira política.
Quero sublinhar que a liberdade de imprensa, de opinião e o direito à informação são imprescindíveis a uma democracia saudável. Também não tenho nenhuma reserva quanto às investigações que o Público tem vindo a realizar sobre o Primeiro-ministro. Entendo que em democracia, é inalienável o permanente escrutínio sobre as figuras públicas, designadamente as que assumem ou querem assumir responsabilidades políticas. Pode discutir-se a forma, a pertinência ou o critério mas não o essencial, o direito a proceder a esse escrutínio.
Dito isto e face à matéria publicada, o Eng. Sócrates entendeu comentar afirmando que o Jornal realiza política e não jornalismo. É a opinião dele, concorde-se ou não. O que me parece completamente insustentável é o Director do Público vir no Editorial de sábado justificar a razão das investigações. Os direitos não se justificam, usam-se. Só o peso na consciência dita a necessidade de justificação. No mesmo texto e respondendo directamente ao Primeiro-ministro o Dr. Fernandes afirma “o Público não está na política: está no jornalismo”. Um homem que usa o jornal para defender a invasão do Iraque, para defender a Administração Bush, para fazer a apologia da ideologia neo-cons de uma forma que nem Bush é capaz, faz jornalismo? Escrever num jornal, só por si, não é jornalismo. A opinião publicitada é, como se sabe, uma fortíssima arma política. Para mim chega.
Vou sentir a falta desta rotina, a compra e leitura do Público, mas vou habituar-me. Já me basta ter de suportar políticos arrogantes e incompetentes sem poder evitá-lo, mas não trazer um para casa todos os dias, disso sou capaz.
O episódio final, a gota de água, que ditou a minha atitude prende-se com a recente investigação das antigas actividades do Eng. Sócrates antes e na altura em que começou a carreira política.
Quero sublinhar que a liberdade de imprensa, de opinião e o direito à informação são imprescindíveis a uma democracia saudável. Também não tenho nenhuma reserva quanto às investigações que o Público tem vindo a realizar sobre o Primeiro-ministro. Entendo que em democracia, é inalienável o permanente escrutínio sobre as figuras públicas, designadamente as que assumem ou querem assumir responsabilidades políticas. Pode discutir-se a forma, a pertinência ou o critério mas não o essencial, o direito a proceder a esse escrutínio.
Dito isto e face à matéria publicada, o Eng. Sócrates entendeu comentar afirmando que o Jornal realiza política e não jornalismo. É a opinião dele, concorde-se ou não. O que me parece completamente insustentável é o Director do Público vir no Editorial de sábado justificar a razão das investigações. Os direitos não se justificam, usam-se. Só o peso na consciência dita a necessidade de justificação. No mesmo texto e respondendo directamente ao Primeiro-ministro o Dr. Fernandes afirma “o Público não está na política: está no jornalismo”. Um homem que usa o jornal para defender a invasão do Iraque, para defender a Administração Bush, para fazer a apologia da ideologia neo-cons de uma forma que nem Bush é capaz, faz jornalismo? Escrever num jornal, só por si, não é jornalismo. A opinião publicitada é, como se sabe, uma fortíssima arma política. Para mim chega.
Vou sentir a falta desta rotina, a compra e leitura do Público, mas vou habituar-me. Já me basta ter de suportar políticos arrogantes e incompetentes sem poder evitá-lo, mas não trazer um para casa todos os dias, disso sou capaz.
Amigo, tem que usar um pouco da sua tolerância!
ResponderEliminarO homem (JMF) tem a seu favor o chamado HANDICAP.
Doutorou-se em história da arquitectura e urbanismo.Leccionou na mesma área.Escreve e publica coisinhas também referentes ao mesmo: Ex. Serras de Portugal, Arquitectura Portuguesa e Arquitectura no Algarve. Como o meu amigo pode constatar,títulos altamente sugestivos e de certeza esgotados nos escaparates.
Não tem (JMF)formação de base em jornalismo.Em arquitectura e urbanismo o mercado de trabalho está saturado: O monárquico absorve até a marcação das passagens para peões!
O homem precisa de ganhar o díficil PÃO NOSSO DE CADA DIA!...
O QUE É QUE QUERIA QUE ELE FIZESSE!!!
TOLERÂNCIA MEU BOM AMIGO! TOLERÂNCIA...
Saudações
Caro José, também fui um leitor assíduo e desde a primeira hora. Mas a desvinculação aconteceu há mais tempo...desde a saída do Jorge Silva e Jorge Wemans e outros que o PUBLICO ficou empobrecido, facto que me levou a hesitar e a comprá-lo na coincidência dos dias da publicação de cadernos que ajudavam a equilibrar o interesse.
ResponderEliminarA actividade jornalística transformou-se nisto. É propriedade de alguém e os jornalistas em jornaleiros ao serviço dos grupos económicos que os controlam. O "acossamento" do PÚBLICO ao engenheiro é a prova disso.
O Caruncho