AS MINHAS CONVERSAS POR AÍ

domingo, 18 de novembro de 2007

O PECADO DO DR. LEMOS, O VALTER

Na Comissão Parlamentar da Educação, durante a discussão do orçamento para o sector, uma das questões discutidas foi o apoio (falta dele) educativo a alunos com necessidades educativas especiais, designadamente, o facto de, em muitíssimas situações, os apoios serem providenciados por professores manifestamente não preparados. O inenarrável Dr. Lemos sustentou que este Governo criou um quadro de professores de educação especial e que, de facto, na falta de recursos foram colocados outros professores, “tal como aconteceu no passado”. Afirmou ainda não ter recebido uma única queixa sobre a situação. Já me tenho referido a esta questão neste espaço e, mais uma vez, a ela volto.
O número de lugares definido no quadro do Dr. Lemos foi muito abaixo do número de professores a desempenhar funções de apoio. Em consequência, muitos alunos ficaram sem apoio e foi necessário definir critérios apertados para definir que alunos o teriam pois teríamos menos professores. O Dr. Lemos implantou uma coisa terrorista e totalmente inadequada na educação, chamada Classificação Internacional de Funcionalidade com base na qual se decide quem tem apoio. Acresce que, em consequência da forma desajustada como foi criado o quadro e de alterações surrealistas na carreira, muitos professores especializados e altamente experientes em apoio educativo, viram-se obrigados a abandonar essa função sob pena de prejuízo profissional. O Dr. Lemos e o seu competente staff devem saber disto. Também devem saber que educadoras de infância com experiência e formação em intervenção precoce estão a apoiar escolas secundárias!!!, que professores sem experiência lectiva estão a apoiar!!! alunos com dificuldades, que professores do 2º e 3º ciclo a apoiar!!! alunos no 1º ciclo, etc, etc. A imprensa, recorrentemente, refere situações de alunos sem o apoio de que necessitam e que, face à mediatização, logo têm a promessa da solução. O Dr. Lemos diz que não conhece nada disto e, bem temos dado por isso, não tem estado emigrado.
Um governante, deseja-se, deve ser competente. Um governante, exige-se, deve ser sério.

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