O Outono, entre outras coisas bem mais interessantes, traz-nos a sazonal divulgação das classificações das escolas conhecida pela questão dos “rankings”. Depois de uma acesa batalha em muitos aspectos liderada por “neocons” ultraliberais pouco conhecedores, como por exemplo José Manuel Fernandes, temos a rotina, o Ministério divulga os resultados e dados relativos às escolas, alguma imprensa entretém-se a olhar para esses dados e produzem-se umas classificações “criteriosas”, com “indicadores ponderados”, utilizando “diferentes critérios”, etc. etc. Curiosamente, os estudos publicados concluem invariavelmente por: “supremacia das escolas privadas face às públicas”, por exemplo, nas diferentes listas produzidas entre as 10 primeiras escolas figura apenas uma pública; as escolas do litoral apresentam genericamente melhores indicadores que as do interior, como seria de esperar num país assimétrico e litoralizado, sendo ainda que os pólos de Lisboa, Coimbra e Porto acolhem as escolas que genericamente melhores resultados evidenciam; as escolas das regiões autónomas mostram globalmente piores indicadores, etc. Parece-me claro que, para quem conhece minimamente o país, em particular o país educativo, estes dados são obviamente previsíveis. A minha questão é “QUAL O CONTRIBUTO SIGNIFICATIVO QUE A ORGANIZAÇÃO E DIVULGAÇÃO DESTES RANKINGS OFERECE PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO SISTEMA?”. No meu entendimento a resposta é: “pouco relevante”. E tanto mais o será quanto menor é a qualidade de vida social, económica e cultural das populações, comprometendo de forma inaceitável princípios de equidade. A este propósito, vale a pena recordar o recente relatório do Instituto de Segurança Social referindo a existência de 2,1 milhões pessoas em situação de pobreza. Rankings? Uma treta ultraliberal.
Sendo um defensor intransigente de uma cultura e prática de exigência, avaliação e qualidade, parece-me bem mais importante o aprofundamento dos mecanismos de autonomia e responsabilização e a constituição obrigatória em todos os agrupamentos ou escolas de Observatórios de Qualidade que integrem também elementos exteriores à escola. Existem capacidade técnica e recursos suficientes. O trabalho realizado por esse Observatório, este sim, deveria ser divulgado e discutido em cada comunidade.
Sendo um defensor intransigente de uma cultura e prática de exigência, avaliação e qualidade, parece-me bem mais importante o aprofundamento dos mecanismos de autonomia e responsabilização e a constituição obrigatória em todos os agrupamentos ou escolas de Observatórios de Qualidade que integrem também elementos exteriores à escola. Existem capacidade técnica e recursos suficientes. O trabalho realizado por esse Observatório, este sim, deveria ser divulgado e discutido em cada comunidade.
Pois isto dos rankings escolares tem muito que se lhes diga. De certo que devem querer lotações nessas escolas. Penso que a nível da educação a que ter olhar atento em algumas questões a meu ver fundamentais para tentar compreender e analisar o porque de a maioria das boas escolas estarem normalmente sempre com muito boas posições, será dos alunos? Não me parece! Será o acompanhamento ao longo do percurso escolar de professores que conhecendo os alunos vão de encontro com as suas necessidades? Provavelmente. Será um determinado metodo de ensino com mais efeitos a nivel de rendimento escolar? Talvez. Será o bem estar entre aluno e professores? Contribui muito. E isto por aqui continuava. O rankings em si a meu ver não é nada mas ao mesmo tempo poderá ser bom já que o fazem para existir um estudo mais aprofundado do sucesso escolar, independentemente da localização geografica sabendo a partida que esta influencia, fora a familia do aluno, e este campo seria vastissimo para poder em meia duzia de palavras referir tudo. Agora se quiserem continuar com o rankings continuem, para nós continuarmos pelo menos se existem "melhoras" de ensino em algumas escolas baseando-se nos exames nacionais.
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