O episódio hoje divulgado relatando que Armando Vara ultrapassou toda a gente que esperava à sua frente num Centro de Saúde de Lisboa e exigiu um atestado médico que, estranhamente devido às circunstâncias, lhe foi passado, não me choca pelo seu valor facial. Vai no sentido da nossa cultura do “jeitinho”, do “desenrasca” que em várias circunstâncias muitos de nós não enjeitamos utilizar.
A minha inquietação é como uma figura pública sob escrutínio pelas piores razões, subida no aparelho partidário como trampolim para o universo dos negócios dos quais não apresenta nem currículo nem experiência e envolvimento num processo de corrupção com contornos graves, assume um despudor completo e se sente na maior das impunidades para se comportar desta forma.
A ética e o despudor bateram definitivamente no fundo. Lamentavelmente, este episódio, mais um, morrerá na espuma dos dias e dos “fait divers” e arrumar-se-á na prateleira do “não tem remédio” sem grandes sobressaltos.
Este comportamento e o que ele significa, ilustram muito provavelmente o nosso maior défice, o défice ético e o défice de pudor e respeito.
Quanto a este défice, nem com o FMI ele se reduz. É um problema da cidadania e do que queremos ser como gente.
Cá estou eu de novo! A falta de civismo, educação, ética, pudor e dignidade andam de mãos dadas.
ResponderEliminarDado o curriculum do senhor em questão (A.V.)não vejo como ele tenha obrigação de dar bons exemplos dessas qualidades.
O seu texto peca por defeito de BRANDURA!
Saudações